Artigo - Fretes: para onde irão? (parte 2)

Há um mês publicamos a primeira versão desse artigo na qual traçávamos ao menos três cenários para frete marítimo em contêiner: PIB global com crescimento padrão (5% a.a.), estagflação (sem crescimento/queda do PIB Global) e recessão global.

De lá pra cá surgiram muitos “fatos novos” que demonstraram uma série de ações aparentemente coordenadas e bastante contundentes dos principais Bancos Centrais do mundo com firme propósito de controlar a crescente inflação global (a maior dos últimos 40 anos), que está corroendo o poder de compra e as poupanças da população, além de espremer os lucros e reduzir os investimentos das empresas.

Dentre os eventos mais relevantes, destacam-se:

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Coincidência (ou não), também presenciamos uma sequência emblemática de notícias e publicações que demonstraram como essa pressão inflacionária, e a alta dos juros, vêm atingindo a logística internacional, dentre as quais merecem destaque:

Claro que todos esses “sinais” fortalecem cada dia mais a percepção de que há no horizonte uma recessão global e, consequentemente, uma provável queda relevante na demanda que, por sua vez, pode culminar numa desaceleração dos principais indicadores globais de frete. Entretanto, também vale mencionar a existência de alguns “sinais trocados”, tais como:

Em outras palavras, tendo em vista a contrariedade dos “sinais do mercado” a SOLVE somente acrescentaria aos prognósticos das grandes consultorias internacionais que essa muito provável desaceleração dos fretes globais poderá não ocorrer de forma linear (início, intensidade e duração) em todas as rotas ou regiões.

Também vale lembrar que, ainda que as autoridades estejam cada dia mais atentas para coibir eventuais condutas abusivas ou anticoncorrenciais por parte dos armadores, esses ainda têm à disposição uma vasta coleção de artifícios que poderão frear uma queda mais brusca dos fretes nos próximos trimestres, tais como: blank sailing, demolição de navios antigos/ineficientes, slow steaming (sobretudo em virtude do IMO 2023) e cancelamento/adiamento de encomendas de navios (como na crise internacional de 2009).

Ou seja, o planejamento dos custos logísticos de 2023 demandará, mais do que nunca, de uma correta interpretação dos fundamentos (oferta, demanda, custo, utilizações etc) de cada rota e, principalmente, a construção de planos de ação para diferentes possíveis cenários!

Leandro BarretoLeandro Carelli Barreto é sócio da Solve Shipping Intelligence



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