Mulheres na marinha mercante

Por Robert Grantham
• Existem três tipos de homens, os vivos, os mortos e os que andam no mar! (Platão)
Na semana em que se celebra o “Dia Internacional da Mulher” queremos dar uma olhada no contingente de mulheres que avançam em profissões outrora de reserva quase exclusiva do sexo oposto. Vamos focar em particular no setor marítimo, um forte baluarte masculino há milênios. O setor foi tão preconceituoso que há até mesmo um ditado ancestral que diz que mulheres a bordo dão azar. Nos últimos anos, porem, no contexto geral de conquistas femininas a formação de oficiais mercantes e sua entrada a bordo de navios vem se ampliando em todo o mundo, o Brasil não sendo exceção. Isso sem falar na presença feminina na Marinha de Guerra.

Há 25 anos atrás a IMO – Organização Maritima Mundial – lançou um programa chamado IWMS (Integration of Women in the Maritime Sector) – Integração de Mulheres no Setor Maritimo, cujo objetivo central é de encorajar estados membros a abrir as portas de suas academias e institutos marítimos às mulheres, permitindo-lhes o treinamento juntamente com os homens e assim adquirem altos níveis de competência que a indústria marítima exige. Outra consequência do programa foi o incentivo ao surgimento de seis associações regionais para mulheres no setor marítimo baseadas na Africa, Asia, America Latina, o Caribe e as Ilhas do Pacifico. Todas essas ações estão em linha com a meta 3 do “Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas” que pretende “promover a igualdade de gêneros e apoderar as mulheres”.

Outras organizações vêm se formando no contexto da presença fermina na indústria marítima, tanto em terra como no mar. Uma das mais antigas é a WISTA – Women´s International Shipping & Trading Association – Formada na Grã Bretanha em 1974, tem hoje presença em 35 países, com mais de 2.100 membros e cuja finalidade é facilitar contatos, informações e experiências entre seus membros, promover e facilitar sua educação e promover ligação com outras instituições e organizações relacionadas mundo a fora.

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No Brasil, dados da EFOMM – Escola de Formação de Oficias da Marinha Mercante indicam que de 2001 a 2016 foram formadas 538 oficiais de náutica e 227 oficiais de maquina, representando um percentual de 28,8% de mulheres sobre os homens formados.

Substituindo o velho proverbio que “lugar de mulher é na cozinha” pelo “lugar de mulher é aonde ela quer” a Capitã de Cabotagem Valdenora Maria Travassos, que integrou a primeira turma de mulheres formadas no CIABA (Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar), onde ingressou em 1997, diz em entrevista que a principal dificuldade que encontrou quando embarcou foi de conquistar o respeito de todos a bordo, pela competência técnica. A Capitã acrescenta ainda que a “presença feminina na Marinha Mercante vem se mostrando cada vez mais forte, criando raízes nessa profissão, adquirindo sabedoria por meio dos aprendizados que as experiências a bordo proporcionam. Isso tem forjado a figura de uma mulher audaz ainda mais forte dentro de um navio, o que desmistifica a imagem de sexo altamente dependente e frágil.” (vide entrevista completa em http://jornalcanal16.com.br/site/pt/pt/mulher-do-mar/.)

Por ultimo, cabe ressaltar que a presença feminina a bordo humaniza a dura vida a bordo, criando um clima mais harmonioso e respeitoso entre todos.

Parabéns, portanto, às mulheres em seu dia, em especial às companheiras que atuam em nosso setor tanto em terra como no mar.

Robert Grantham é sócio da Solve Shipping Specialists



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