Análise: Política de preços e venda de ativos serão desafios para novo presidente da Petrobras

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A troca no comando da Petrobras encerra um ciclo de executivos - Pedro Parente e Ivan Monteiro - cuja principal tarefa era sanear as contas da estatal após o escândalo de corrupção da Lava-Jato. A petroleira, que chegou a ser considerada a mais endividada do planeta, fez uma dieta espartana de gastos e se tornou mais seletiva nos investimentos, o que contribuiu para reduzir seu endividamento total próximo de  R$ 500 bilhões em 2015 para cerca de R$ 350 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

Embora a dívida ainda seja fator de atenção, a expectativa é que a gestão do economista Roberto Castello Branco dê novo rumo para a companhia, com a definição de fatores cruciais como a política de preços e o próprio tamanho da petroleira, que pretende se desfazer de empreendimentos e buscar sócios para atividades fora da exploração e produção de petróleo. No passado, Castello Branco chegou a defender, inclusive, a privatização da própria Petrobras e de outras estatais. Nesta segunda-feira, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou que a intenção do próximo governo é privatizar as áreas de refino e distribuição .


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Já o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que a estatal pode ser privatizada em partes.

O primeiro teste para o novo comando da companhia será a discussão sobre a política de preços da Petrobras. No fim do ano está previsto o fim do subsídio ao diesel, solução encontrada às pressas pelo governo Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros em maio, que parou o país e causou uma crise de desabastecimento.

Enquanto o preço do diesel segue com desconto até o fim do ano, a  Petrobras adota uma política de repasse das variações de petróleo e dólar para os preços cobrados na refinaria para a gasolina. As flutuações, porém, deixaram de ser praticamente diárias em razão de um mecanismo de hedge (proteção), que permite fixar intervalos de até 15 dias.

A discussão sobre uma política de preços própria da companhia foi uma das bandeiras que marcaram a gestão de Pedro Parente à frente da Petrobras e é vista pelo mercado como um divisor de águas em relação à interferência do governo na gestão.

No passado, a cotação permanecia represada para evitar impactos na inflação. Resta saber, porém, qual será a avaliação da nova equipe econômica e como pretende lidar com eventuais pressões dos caminhoneiros pela manutenção de preços.

Negociações em aberto também devem entrar no radar dos investidores. Desde meados deste ano, a Petrobras participa de discussões para a venda do controle da Braskem. A estatal é sócia da maior empresa petroquímica da América Latina, com fatia de 47% do capital votante da companhia, junto com a Odebrecht. A expectativa é que a holandesa LyondellBasell compre o controle da petroquímica, e a Petrobras teria a opção de se desfazer de sua participação ou permanecer como sócia.

Se o negócio for concretizado até o fim do ano, pode dar um reforço na meta de desinvestimento da companhia. Como parte da solução elaborada para equacionar suas contas, a Petrobras fixou um valor de US$ 21 bilhões que pretende levantar com as vendas de empresas e participações para o período de 2017-2018. Ainda está longe desse valor. Além disso, a companhia enfrentou entraves na Justiça para se desfazer da unidade de gasodutos no Nordeste (TAG) e de fatias em refinarias.

Fonte: O Globo

 






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