BP vê custo de exploração do pré-sal competindo com xisto

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O presidente da BP Energy do Brasil, Adriano Bastos, afirmou que a exploração do pré-sal brasileiro se transformou em "low cost" (baixo custo) e se tornou competitiva em função da redução dos custos e maior conhecimento da geologia, inclusive comparado com o "shale oil" americano, produção de petróleo não convencional nos Estados Unidos. No Brasil, o ponto de equilíbrio financeiro dos projetos do pré-sal - preço mínimo do petróleo suficiente para garantir a viabilidade econômica da produção - varia na faixa de US$ 30 a US$ 50, segundo estudos diversos.

Bastos observou que o "shale oil" tem a vantagem de ser produzido e vendido em "casa", ou seja, no mercado americano, com a indústria tendo uma capacidade mais rápida de reação às oscilações de preço do petróleo no mercado. Isso porque a produção pode parar ou começar em um mês, segundo ele. Seria um tempo mais ágil que o da exploração de petróleo convencional, que demora em média dez anos entre as fases exploração, desenvolvimento e produção, salientou o executivo, que ontem deu uma palestra sobre perspectivas do setor promovida pela Câmara Britânica no Rio.


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No evento, Bastos disse que o Brasil precisa aumentar a eficiência porque do contrário "a grande maioria" das reservas não será produzida. A avaliação leva em conta que o consumo de petróleo dará lugar a outros combustíveis. O executivo, que fez carreira internacional em empresas de serviços como a Halliburton e Schlumberger, aproveitou para comentar o período de oportunidades perdidas no Brasil.

E perguntou para a plateia por quanto teriam sido vendidas as áreas oferecidas recentemente em leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) quando o barril de petróleo esteve negociado a US$ 150. O executivo chamou de "deserto brasileiro" o período em que o país ficou cinco anos sem leiloar blocos exploratórios em águas profundas, já que os leilões só foram retomados em 2013 com o leilão do campo de Libra.

O presidente da BP Energy foi mais econômico ao falar dos planos da empresa no Brasil, onde tem 20 concessões, incluindo seis na Foz do Amazonas, e é sócio não operador dos blocos Peroba e Cabo Frio Central, no pré-sal, que serão explorados sob o regime de partilha de produção. Entre os problemas que permanecem no país, Bastos citou a falta de previsibilidade nos negócios. Observou que não se sabe, por exemplo, se o próximo governo dará continuidade à agenda de leilões.

Além disso, o executivo ressaltou que existe uma ausência de celeridade no encaminhamento de regularização de projetos no país, de forma generalizada, em uma clara referência às dificuldades de se obter o licenciamento ambiental. Questionado sobre se estaria se referindo às dificuldades de licenciamento da Total na Foz do Amazonas, ele disse que o assunto é mais amplo.

"O problema é estrutural na maneira como a licença ambiental é feita no Brasil. Pergunte ao pessoal de hidrelétricas, estradas ou linhas de transmissão. É algo que precisa ser revisto porque ninguém consegue licenciamento ambiental para fazer nada", disse.

Fonte: Valor






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