O Brasil, maior produtor e exportador global de açúcar, deve produzir um recorde de quase 40 milhões de toneladas na safra 2017/18, com usinas direcionando uma maior fatia de sua moagem de cana para a fabricação do adoçante, estimou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira.
Em seu segundo levantamento para a temporada iniciada em abril, a Conab estimou a produção em 39,38 milhões de toneladas do adoçante, acima das 38,7 milhões da previsão anterior, com usinas cumprindo contratos após fixarem grande parte das vendas quando os preços estavam melhores.
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A ser confirmada a estimativa, a produção superaria o recorde visto pela Conab de 38,69 milhões no ciclo 2016/17, representando 22 por cento da produção global do adoçante.
"As unidades sucroalcooleiras, particularmente as situadas em São Paulo, listadas entre as maiores do setor, voltam gradativamente a elevar seus investimentos em projetos ligados à melhoria da produtividade, maximização na produção de açúcar... buscando aproveitar o bom momento dos preços no mercado internacional de açúcar", destacou a Conab em seu relatório.
O mix de produção pendendo para o açúcar neste ano deve se refletir em menor fabricação de etanol.
Segundo a Conab, o Brasil deverá moer 646,3 milhões de toneladas de cana em 2017/18 (-1,7 por cento ante 2016/17) e produzir 26,1 bilhões de litros de álcool, uma queda de 6,1 por cento ante a safra passada.
No levantamento anterior, a companhia previa 647,6 milhões de toneladas e 26,5 bilhões de litros, respectivamente.
Por região, a Conab estima moagem de 597,13 milhões de toneladas de cana no centro-sul, com produção de 36,09 milhões de toneladas de açúcar e 24,46 bilhões de litros de etanol.
Para o Norte/Nordeste, as previsões da Conab são de processamento de 49,20 milhões de toneladas de cana, perfazendo 3,29 milhões de toneladas do alimento e 1,6 bilhão de litros de álcool.
Segundo o Ministério da Agricultura, a área colhida de cana apresenta redução de 3,1 por cento ante a temporada passada, passando de 9,05 milhões para 8,77 milhões de hectares.
"A menor disponibilidade tem relação com a desistência e devolução de áreas de fornecedores distantes das unidades de produção, principalmente aquelas em que há dificuldade de mecanização", disse o ministério em nota.
Para o ministério, o recuo na produção só não é maior graças ao aumento de 1,5 por cento na produtividade, que deve passar das 72,62 toneladas por hectare da safra anterior para 73,73 toneladas por hectare.
Fonte: Reuters