A recessão no Brasil leva o País a sofrer a maior queda de importações entre as grandes economias do mundo. A contração, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), já havia começado em 2014 e 2015, mas foi mantida em 2016. O resultado já coloca a economia brasileira como a que viu a maior redução de compras até meados da atual década.
No ano passado, a queda foi de quase 20% nas importações, bem acima da média da redução média de 3% no mundo. O resultado, de US$ 143 bilhões, levou o Brasil a despencar no ranking dos maiores importadores.
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Em 2013 e 2014, o Brasil aparecia na 21ª posição entre as economias que mais importavam. Ao final de 2016, o País estava na 28ª posição, superado até mesmo pela pequena economia da Áustria.
Em valores, a queda das importações no Brasil foi uma constante nos últimos três anos. Em 2014, a contração havia sido de 4,5%, contra uma queda de 25% em 2015 e 19,8% no ano passado. Em média, a redução foi de 4,7% entre 2010 e 2016, a maior do mundo entre as grandes economias.
Em volume, a queda também foi substancial — de 2,7% em 2014, 15,1% em 2015 e mais 12,8% de contração em 2016.
“A recessão teve grande papel”, disse Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC, que espera que a contração do PIB nacional perca força em 2017. “Isso vai ser um fator para avaliar como a economia e o comércio vão se comportar no mundo. Importação é significativa. Se ela cai rapidamente, é um indicador avançado de uma desaceleração. Às vezes, essa queda é comemorada. Mas isso não é uma boa notícia. Apenas quer dizer que uma economia está se desacelerando”, disse o brasileiro. “Muito vai depender do comportamento do PIB (brasileiro)”, estima.
Fonte: Estadão