Cade aprova, com restrição, compra da Votorantim pela Arcelormittal

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Em julgamento apertado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, com restrições, a compra da Votorantim pela Arcelormittal Brasil no mercado de aços longos comuns. A aprovação, por 4 votos a 2, foi condicionada à assinatura de um acordo que inclui desinvestimentos, com a transferência das plantas em Itaúna (MG) e Cariacica (ES). Com a operação, a Votorantim sai desse mercado no país.

Os desinvestimentos foram divididos em duas áreas, que incluem todos os mercados tidos como problemáticos para o Cade: de um lado, aços longos comuns laminados e perfilados, e de outro, trefilação e fio máquina. O Cade determinou que os dois segmentos não poderão ter o mesmo adquirente. Além disso, a empresa compradora não pode ter qualquer participação societária, direta ou indireta, com as companhias que realizaram a fusão. E deve ter rigidez financeira e capacidade de exercer competição viável com a ArceloMittal pós operação.


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No acordo, já foram apresentadas empresas interessadas nessas plantas. Caso a venda não se concretize, elas irão a leilão. Se, ainda assim, não houve compradores no prazo definido pelo Cade, a operação de venda da Votorantim será considerada reprovada. Além disso, foram determinados “remédios comportamentais” para empresa, com a estipulação de uma meta de produção mínima. Assim, evita-se que haja uma grande mudança no panorama do mercado, até que as concorrentes consigam absorver e reagir à operação.

A operação de venda incluiu a cessão de 2,9% de ações da ArcelorMittal para o Grupo Votorantim. Em troca, a primeira controlará 100% do negócio de aços da segunda até 2024. Após isso, a parceira pode ser desfeita.

VOTOS CONTRÁRIOS

Em setembro, a Superintendência-Geral do Cade recomendou a rejeição da compra. O parecer aponta que a operação causaria problemas concorrenciais nos mercados de aços longos comuns, de corte e dobra de vergalhões e de compra de sucata. Para a Superintendência, a operação provocaria a fusão entre duas das três principais fornecedoras de aços longos comuns do país. Votorantim,ArcelorMittal e Gerdau são responsáveis por mais de 80% da oferta de mercado.

O conselheiro João Paulo de Resende votou pela reprovação da operação e foi seguido pela conselheira Cristiane Alkmin. Para eles, mesmo se adquirisse as novas plantas, as empresas que restam no mercado podem não ser capazes de substituir o papel da Votorantim no mercado. O conselho não teria informações suficientes para concluir que os remédios aplicados no acordo são efetivos para evitar um risco concorrencial. Os conselheiros, contudo, foram voto vencido.

— Mesmo após os remédios, tendo a ver forte probabilidade de aumento de preço. Mesmo para a adquirente da planta de Cariacica, não me parece um cenário crível e eu estimo que ela não alcançara em prazo hábil os níveis de marketing share da Votorantim — afirmou Resende.

Em nota, a ArcelorMittal informou que a decisão do Cade "trará significativas oportunidades operacionais, industriais e logísticas, que poderão melhorar sua posição competitiva". Segundo a empresa, a aquisição da Votorantim demonstra confiança "no país e na recuperação da economia" e ressalta que, como a aquisição ainda não foi totalmente concluída, as empresas ainda operam de forma independente.

Fonte: O Globo






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