Cai exportação do Brasil ao Egito

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A instabilidade política no Egito provocou um declínio das exportações brasileiras ao país árabe nos três últimos meses. Carnes, cereais e principalmente açúcar foram os produtos que mais sofreram contração da demanda egípcia, que caiu 35% entre maio e julho na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O aumento nos custos de seguros e frete e a atividade menor dos importadores ajudam a explicar o recuo. Nos primeiros quatro meses do ano, a demanda repetiu a de 2012, com queda de apenas 0,5% no valor dos embarques.

Tudo indica que situação no país continuará caótica por algum tempo. Hoje estão previstos novos protestos de simpatizantes da Irmandade Muçulmana contra a deposição do presidente Mohamed Mursi. Outro fator que pode agravar a instabilidade é a volta à cena política do ex-ditador Hosni Mubarak, que ontem saiu da cadeia e foi posto em prisão domiciliar.

Em julho, mês em que Mursi foi deposto pelas Forças Armadas egípcias, as exportações brasileiras caíram pela metade e não passaram de US$ 129 milhões em 2013, ante US$ 269 milhões em igual mês de 2012. Nos últimos três meses, o Brasil embarcou U$$ 443 milhões ao Egito. Mantivesse o ritmo do ano passado, o total teria sido de US$ 673 milhões. O recuo mais significativo foi sentido pelos exportadores de açúcar, principal item da pauta no período, que no mesmo trimestre do ano passado venderam US$ 226 milhões. Neste ano, o total não chegou a US$ 86 milhões, enquanto a demanda por carnes passou de US$ 209 milhões para US$ 183 milhões.

A importância do Egito para a estratégia comercial brasileira no Oriente Médio e no norte da África é destacada pelo presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "O Egito é um grande comprador de alimentos produzidos no Brasil, especialmente carne e açúcar. Além de estrategicamente colocado em um local carente desses produtos, o país é um polo irradiador para as empresas brasileiras se instalarem em outros locais perto", afirma. No ano passado, o Brasil exportou US$ 2,7 bilhões ao Egito. Ele prevê que até que a situação seja estabilizada, os embarques seguirão diminuindo em relação ao ano passado.

Em 2010, o Brasil assinou acordo de livre comércio com os egípcios, que segue aguardando ratificação no Congresso brasileiro.

Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Pedroso | De São Paulo






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