Ceará ganha novos mercados no exterior

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Países como Moçambique, Angola, Suécia e Coreia estão no alvo das relações internacionais da Fiec

Mais do que nunca, a meta da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) é a diversificação dos negócios. E em 2011, três novos mercados estarão no foco das relações internacionais da entidade. Países da Ásia, em especial a Coreia; da Escandinávia, como a Suécia; e da África, principalmente Moçambique e Angola, devem estar comercialmente mais integrados ao Estado.

"Nós já estávamos trabalhando nisso em 2010, sendo que em 2011 estamos definindo as missões prospectivas, empresariais e as participações em feiras. O negócio é diversificar", sentenciou, ontem, o superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN), Eduardo Bezerra, em confraternização com a imprensa realizada na Fiec. A relação com esses mercados podem levar o Ceará a um novo patamar, por exemplo, na exportação de frutas.

Itens como castanha de caju, e frutas tropicais como o melão, o abacaxi e a manga podem compor as mesas asiáticas com mais frequência. A indústria calçadista local também deve lucrar com a parceria.

Ocupando a segunda colocação em faturamento no País e a primeira em produção de pares, os calçados do Estado têm chamado a atenção dos consumidores asiáticos devido à qualidade. "Nós estamos acima do calçado chinês. É um calçado intermediário, que todo mundo usa nas mais diversas situações. É multiuso e de boa qualidade. Aí é que está o segredo", revela.

Mariscos e granito

Mariscos como o camarão também devem entrar mais fortemente na pauta de exportação para esse países. Além disso, o granito cearense também encontra espaço nos continentes asiáticos e africanos. O produto é conhecido por sua resistência ao atrito e por ser encontrado nas cores branco e rosa.

Outras rotas

Com a Suécia, a ideia é trabalhar com a transferência de tecnologias limpas para o Ceará. O país europeu pode oferecer soluções, por exemplo, em tratamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos. "Não é importação, mas transferência de tecnologia, porque não virá aparelho para cá. Eles virão montar os sistemas aqui", explica Bezerra.

Já com Moçambique, as relação comerciais ainda estão sendo construídas, com o início das atividades da Câmara Brasil-Moçambique. Conforme Bezerra, o país africano está sendo transformado pela Vale, por conta das reservas de minério.

Além das contrapartidas da Dongkuk e da Posco, sócias da Vale na Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), outras coreanas estão de olho no mercado cearense. Sem detalhar investimentos, o superintendente do CIN garante que os negócios não ficarão apenas em torno da siderúrgica e que a ZPE (Zona de Processamento de Exportação) está no foco. "Os coreanos vieram conhecer a zona portuária do Pecém, mas eles não estão nem aí para saber o que é siderúrgica, porque sabem disso melhor do que nós. O que eles querem é ver se o porto tem capacidade, se a área disponível para a ZPE é suficientemente ampla e querem ver se a infraestrutura está próxima", diz.

Meta

"Estamos definindo as missões prospectivas. O negócio é diversificar os mercados"
Eduardo Bezerra
Superint. Centro Internacional de Negócios (CIN/Fiec)

A TODO O VAPOR
Indústria segue "crescimento chinês"

Setor produtivo do Estado registrou em 2010 expansão de cerca de 9,5%, acompanhando a média nacional

O "crescimento chinês" previsto pelo presidente da Fiec, Roberto Macêdo, para a indústria cearense em 2010, de fato, concretizou-se. No ano passado, o setor produtivo do Estado registrou expansão de cerca de 9,5%, acompanhando a média nacional. O forte desempenho é resultado da política interna de combate à crise, que trouxe facilidade à obtenção de crédito, reduziu juros e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de alguns setores, além da elevação na renda das classes C e D.

Segundo Macêdo, a expectativa é de que essa média de expansão da indústria seja mantida este ano. "Essa é a média que estamos vivenciando e esperamos que possamos repetir, mantidas as condições atuais que estamos vivendo no País. Se não houver nenhuma turbulência interna, nós devemos continuar no mesmo ritmo que estávamos antes", opina.

O otimismo quanto a força da indústria este ano é compartilhado pelo coordenador da Unidade de Economia e Estatística do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), Pedro Jorge Ramos Vianna. "Dado o que tem acontecido, se as previsões de investimento continuarem, a indústria cearense crescerá até mais", disse.

Alta nos juros

O presidente da Fiec reafirmou sua posição favorável ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central (BC), ocorrido na semana passada.

"O aumento dos juros é necessário, do ponto de vista macro, para haver uma pequena retração. É um absurdo esse crescimento, mas nesse momento com a inflação tendendo a crescer, tem que se dar uma freada no consumo", explicou.

Exportações

Apesar de as exportações cearenses no ano passado terem sido US$ 5 milhões inferiores às registradas no melhor ano, 2008, as vendas externas ainda alcançaram um patamar 17% superior às assinaladas em 2009. E mesmo com um cenário de inflação crescente, juros mais altos e dólar mais baixo, o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra, acredita que esse número deverá ser mantido e até superado neste ano. "Mesmo com dólar baixo, se crescemos 17% de 2009 para 2010, teremos aumento superior a 17% em 2011".(DB)

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/DIEGO BORGES






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