No Brasil, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou a estimativa de produção 2016/17 para o recorde de 228 milhões de toneladas nesta terça-feira (11), 41 milhões a mais do que na safra anterior. No ano 2000, a safra atingia 100 milhões de toneladas pela primeira vez.
Nos Estados Unidos, o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) já está com o radar voltado para a safra 2017/18, onde a soja ganha terreno, avançando sobre espaços do milho e do trigo.
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O avanço da área de soja será em pelo menos mais 2,3 milhões de hectares na safra que está para ser iniciada.
Esse aumento, com a manutenção da produtividade recorde igual à do período 2016/17, poderia elevar a nova safra de oleaginosa dos EUA para 126 milhões de toneladas. A safra que se encerra foi recorde, atingindo 117 milhões, conforme dados do Usda.
A União Europeia, se confirmada a tendência histórica de produção, deverá elevar o volume de grãos e de oleaginosas para 348 milhões de toneladas em 2017/18, volume 6% superior ao da safra anterior, conforme dados da Comissão Europeia para a agricultura.
A demanda mundial por alimentos continua forte, mas o volume de grãos no mercado mundial é grande.
Os grãos colhidos em 2016/17 já estão praticamente dentro dos armazéns E uma nova "safra cheia" em 2017/18 poderá elevar ainda mais os estoques e inibir qualquer alta de preços.
A safra 2017/18, porém, ainda é uma promessa. Qualquer eventual problema climático, como uma provável volta do El Niño, reduzirá a oferta mundial de grãos.
No Brasil
O avanço da safra brasileira ocorre porque há aumento em todos os principais produtos cultivados.
A líder soja, devido às condições climáticas favoráveis, deverá somar 110 milhões de toneladas neste ano, 15 milhões a mais do que na safra anterior.
O milho tem evolução ainda maior. Após a quebra de produção no ano passado, o volume deste sobe para 92 milhões de toneladas, 26 milhões a mais.
O arroz e o feijão devem aparecer com mais frequência na mesa dos consumidores e a preços menores. Alimentos básicos no dia a dia do país, tiveram as safras recompostas, com aumento de 31%, no caso do feijão, e de 13%, no do arroz.
Nos Estados Unidos, a produção de milho, após ter atingido 385 milhões de toneladas nesta safra, deverá recuar um pouco na próxima porque perde área para a soja. O mesmo deverá ocorrer com o trigo.
Já na União Europeia, a produção de trigo sobe para 153 milhões de toneladas, 6% mais. A de milho aumenta 10 milhões, atingindo 67 milhões de toneladas.
Solúvel - As exportações de café solúvel somaram o correspondente a 343,3 mil sacas em março, o melhor período dos últimos seis meses. Em relação a janeiro deste ano, a alta foi de 90%.
Café verde - Mas as exportações de café robusta em grão de junho de 2016 a março último caiu para 212 mil sacas, 90% menos do que em igual período anterior, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Nesse mesmo período, as exportações de café solúvel cresceram 3%.
Laranja - A safra 2016/17 dos Estados Unidos fica em 119 milhões de caixas, 16% menos do que na anterior, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Flórida - Estado líder no setor nos EUA, a Flórida vai colher 67 milhões de caixas, 18% menos. Já a Califórnia tem recuo de 13%, com o volume produzido caindo para 51 milhões de caixas.
Fonte: Folha SP