A atividade do setor industrial brasileiro seguiu em queda em novembro e um pouco mais acentuada que em outubro, de acordo com o Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela consultoria Markit.
O PMI saiu de 46,3 para 46,2 no período. “A recessão econômica do Brasil continuou a pressionar o desempenho do setor industrial, com a queda da demanda reduzindo ainda mais os pedidos à indústria. Como consequência, as empresas reduziram o volume de produção, a compra de insumos e, novamente, o número de funcionários”, diz o relatório da consultoria.
Segundo a Markit, embora o custo dos insumos tenha se acelerado ao longo do mês, os preços de venda aumentaram a uma taxa menor.
Foram observadas leituras abaixo de 50 (limiar entre queda e alta da atividade) em quatro dos seus cinco subcomponentes: produção, novos pedidos, estoques de produtos comprados e empregos, enquanto os prazos de entrega foram reduzidos.
A queda dos novos pedidos deve-se à diminuição de demanda tanto interna quanto externa. O volume de produção diminuiu a um ritmo modesto, mais brando do que em outubro, enquanto a queda das foi a maior desde maio. “As evidências destacaram dificuldades de fluxo de caixa, necessidades mais baixas de produção e uma situação econômica frágil”, diz o relatório.
A indústria brasileira diminuiu o número de funcionários pelo vigésimo primeiro mês consecutivo, observa a Markit. Embora a proporção de demitidos tenha sido a mais baixa desde março, a taxa de corte de empregos permaneceu acentuada.
Os estoques de pré-produção e de produtos finais diminuíram. Os estoques de pré-produção registraram a queda mensal mais acentuada desde agosto, enquanto que os estoques de produtos acabados declinaram à taxa mais rápida desde junho.
O custo médio dos insumos continuou a subir em novembro, com os entrevistados da pesquisa relatando preços mais altos para metais, produtos químicos, plásticos, papel e produtos têxteis.
“Embora algumas empresas tenham aumentado seus preços de venda para proteger suas margens de lucro, 81% mantiveram os preços cobrados inalterados diante de um clima fortemente competitivo”, diz a Markit.
Para Pollyanna de Lima, economista da Markit e autora do relatório, houve poucas indicações em novembro que pudessem sugerir uma recuperação iminente no setor, cuja atividade cai há quase dois anos.
“As dificuldades financeiras dos fabricantes se tornaram mais evidentes na forma de cortes adicionais nos níveis de compra, de estoques e de empregos. Para uma recuperação econômica acontecer, as condições de mercado de trabalho também precisarão melhorar, pois se estima que 12 milhões de brasileiros estão desempregados atualmente”, informou a economista no relatório.
Fonte: Valor
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