A produção nacional de placas de aço vai aumentar em 37,5% com a operação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Isso porque, quando estiver em plena atividade, a empresa vai fabricar 3 milhões de toneladas do material ao ano. De acordo com dados preliminares do Instituto Aço Brasil, foram produzidos em 2015 cerca de 8 milhões de toneladas de placas de aço no País. A Siderúrgica será inaugurada até junho deste ano.
Com relação ao aço bruto, o incremento será de 8,5%, considerando as 33 milhões de toneladas produzidas no ano passado. A Companhia, inclusive, passará a produzir aço para diversas aplicações dos setores industriais, sendo o naval, construção civil, automotivo e óleo e gás os mais destacados.
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Do total da produção, 60% serão de placas de aço de baixo e médio teor de carbono. A distribuição restante contemplará aços HSLA, API, ultrabaixo e alto carbono. A previsão é de que a CSP entre em operação no segundo semestre de 2016. “A CSP é uma usina moderna e com equipe técnica de excelência. Esses fatores são decisivos para a nossa competitividade”, afirma o CEO Sérgio Leite.
Para a construção da siderúrgica foram investidos US$ 5,4 bilhões (R$ 18,7 bilhões). As obras da CSP estão com 99,38% de conclusão. A expectativa é que a unidade aumente o PIB do Ceará em 12% e até 48% do PIB da indústria e produzindo R$ 400 milhões/ano de contratos com fornecedores locais. A geração de empregos diretos deve atingir 2,8 mil quando em fase de operação.
O faturamento anual previsto pela CSP é de US$ 1,7 bilhão, com US$ 1,2 bilhão em geração de divisas. Os custos com produtos e serviços devem alcançar R$ 475 milhões por ano. Entre os produtos adquiridos para manter a produção estão calcário, cal, ferroliga, quartzito, reagentes químicos, refratários, além de equipamentos de caldeiraria, usinagem e fabricação de componentes metálicos.
Instalada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), a legislação permite que a CSP forneça, sejam placas de aço ou qualquer produto ou subproduto, até 20% do faturamento bruto para o mercado doméstico. Entretanto, “no momento atual do mercado, a CSP vai exportar 100% da produção das placas de aço”, declara a empresa.
Para reduzir impactos ambientais, a companhia investiu R$ 1 bilhão em equipamentos. A unidade produzirá toda a energia que será consumida na operação, trabalhando com o reaproveitamento dos gases do processo siderúrgico. “Durante a construção da usina foram utilizados recursos naturais de forma responsável e integrada à sociedade. Vale destacar que a CSP será autossuficiente em energia elétrica e com recirculação de 96% da água. O controle ambiental será modelo no Brasil e as emissões atmosféricas serão até 50% menores que os limites definidos na legislação nacional”, ressalta Leite.
US$ 1,7 bilhões ao ano é o faturamento previsto da CSP quando em plena atividade
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Composição
Há uma variedade de formas e tipos de produtos do aço. Com relação ao processamento e composição química, eles podem ser classificados em aços-carbono (baixo teor de liga) e aços ligados (também chamados de alto carbono) com especificações mais rígidas.
Baixo teor de carbono
Fáceis de soldar, de baixa dureza e alta ductilidade (deformação). Empregado na produção de chapas automobilísticas, perfis estruturais e tubos para a construção civil.
HSLA
Apresentam maior resistência que os aços de baixo carbono. Mantêm a ductibilidade e a soldabilidade. Destinados a estruturas (torres de de transmissão de sinal de televisão), mineração e indústria automobilística
API
São aços empregados na área de petróleo e gás. Essenciais para a construção de oleodutos e gasodutos
Fonte: O Povo (CE)/Átila Varela