Decisão da Wuhan pode levar mais grupos a desistir de usinas no país

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A decisão do grupo chinês Wuhan Iron Ore and Steel (Wisco) de suspender o projeto de construção de uma siderúrgica de US$ 5 bilhões no porto Açú, da LLX Logística, empresa de logística controlada pela holding EBX de Eike Batista, acendeu a luz vermelha para novos projetos do setor no Brasil. O exemplo dos chineses deve ser seguido por outros investidores, como a Ternium, do grupo ítalo-argentino Techint e a própria Vale, avaliam analistas do setor de mineração e siderurgia de bancos. A LLX, procurada pelo Valor, não quis comentar a decisão do grupo chinês.

Para Marcelo Aguiar, analista do Goldman Sachs, a notícia não surpreendeu o mercado. Para ele, "não fazia sentido a Wuhan construir uma planta no Brasil para exportação, dado o elevado custo de construção [de usina siderúrgica] no Brasil, hoje estimado em US$ 1.600 a toneladas, praticamente o triplo da China, e ainda a percepção de excesso de oferta de minério no longo prazo".

José Carlos Martins, diretor executivo de ferrosos e estratégia da Vale é mais realista sobre os três projetos de aço que constam do portfólio da mineradora - Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), no Ceará; Alpa, no Pará; e Ubu, no Espírito Santo. "O projeto da siderúrgica de Ubu está parado, pois o momento é difícil para arranjar um parceiro. Querer construir uma usina nova quando temos a CSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico [73% controlada pelo grupo alemão ThyssenKrupp e 27% pela Vale] à venda é no mínimo complicado", afirmou.

A Vale, como sócia dos alemães na CSA, erguida no município de Santa Cruz, no Rio, observa a operação. "Estamos aguardando o desfecho da venda para ver qual será nosso futuro sócio". Segundo o executivo, a última notícia que circulou é que a conclusão possível desse negócio seria em meados de 2013. "Quando tiverem algo fechado têm que apresentar para nós", informou Martins.

O único projeto da Vale em andamento, de US$ 4,5 bilhões, é o da CSP, em fase de terraplanagem e bate estaca. Deve entrar em operação com capacidade de 3 milhões de toneladas de placas no primeiro semestre de 2015. As coreanas Dongkuk e Posco são sócias minoritárias da Vale, dona de 50%.

No caso dos Aços Laminados do Pará (Alpa), a Vale espera solução para um litígio no terreno e para a logística. "Fizemos um acordo com o governo do Estado que quer solução logística de transporte pelo rio. O projeto continua na nossa carteira".

As intenções da Ternium, braço siderúrgico do grupo Techint, de erguer no porto Açu uma usina de placas à base de redução direta para produzir entre 1 a 1,5 milhão de toneladas de aço bruto, avaliada em cerca de US$ 3 bilhões, é vista com pessimismo pelos analistas. Eles argumentam que, além de ter comprado parte do bloco de controle da Usiminas, a Techint está na disputa pela CSA. Logo, o destino do projeto acertado com a LLX "vai depender do resultado da venda da ThyssenKrupp".

Em princípio, a desistência da chinesa Wuhan de instalar a siderúrgica no Açú não põe fim à sociedade com a MMX, da qual detém 16% e um contrato de 20 anos para compra de 50% do minério das minas de Serra Azul.

Até agora, segundo informação da LLX, são cinco as empresas que já têm contratos de aluguel na retroárea do porto Açu: Nov, Technip, InterMoor, Subsea e Anglo American. Sem contar a MPX e a OSX, do grupo EBX.

Fonte: valor Econômico/Vera Saavedra Durão | Do Rio






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