Em um ano, fundos reduzem em 58% aplicações na Petrobras

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Nos últimos 12 meses até outubro de 2014 (dados mais recentes disponíveis), quando ganharam força as denúncias de corrupção envolvendo a estatal, os chamados investidores institucionais, como fundos e empresas de investimento, reduziram em 58% o volume aplicado em papéis da Petrobras, de R$ 7,4 bilhões para R$ 3,1 bilhões, segundo levantamento da consultoria Comdinheiro para a Folha.

O número desses investidores também caiu: 19%, de 216 para 174 gestores.

"Isso mostra desânimo dos fundos. Se eles acreditassem na recuperação da companhia, estariam comprando, uma vez que o preço das ações está baixo", afirma Rafael Paschoarelli, professor da USP e responsável pelo estudo.

As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas e sem direito a voto, terminaram a sexta passada (30) em baixa de 6,51%, cotadas a R$ 8,18. E as ordinárias, menos negociadas, com direito a voto e cujo principal acionista é a União, caíram 5,08%, para R$ 8,04.

As ações preferenciais chegaram a R$ 52,51 no recor- de de alta, em 21 de maio de 2008. E as ordinárias, a R$ 62,30, na mesma data.

"A decisão dos gestores [de tirar os investimentos da companhia] não ocorreu do dia para a noite. Eles vêm avaliando a situação há bastante tempo e seguraram até o último minuto para sair", diz Willian Eid, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Na sexta, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota da estatal e afirmou que pode retirar o chamado grau de investimento (chancela de local seguro para investir) ainda neste mês.

Ao justificar sua decisão, a agência mencionou as investigações sobre corrupção na estatal e possíveis impactos do atraso da divulgação do balanço auditado na saúde financeira da companhia.

DESVANTAGEM

Eid ressalta que, em geral, o pequeno investidor leva desvantagem em relação ao institucional na aplicação em ações porque tem menos informações para se antecipar a situações críticas.

Paschoarelli acrescenta que, no cenário atual, o pequeno investidor deve observar o que os grandes estão fazendo antes de decidir manter ou vender suas ações.

Para o economista, uma eventual recuperação da empresa está diretamente ligada à troca de comando.

"Se entrasse alguém como Joaquim Levy [ministro da Fazenda], seria uma boa sinalização para o mercado", afirma Paschoarelli.

Para Valter Police, planejador financeiro, a primeira pergunta a ser feita é: hoje você compraria novas ações da empresa?

"Se a resposta for positiva, mantenha as ações. Caso contrário, venda", diz, destacando ainda que a análise deve contemplar não só o que está ocorrendo hoje mas o que deve acontecer no futuro.

"O mercado de ações só tem tendências, não há certezas. Por isso a decisão é tão difícil", diz Police.

Fonte: O Estado de São Paulo/GILMARA SANTOS DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA






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