Estrangeiras disputam o mercado de lubrificantes

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O mercado brasileiro de lubrificantes, apesar da queda de demanda nos últimos anos devido à desaceleração da economia e ao recuo na venda de veículos, cresce aos olhos das multinacionais petrolíferas, que querem tomar fatias de companhias nacionais - BR/ Petrobras, Moove / Cosan e Ipiranga. Essas, por sua vez, também se movimentam. Além de Shell e Total, a Petronas busca consolidar sua posição no país, um dos maiores mercados do mundo.

O Brasil, em 2012, tinha consumo total de quase 1,4 bilhão de litros por ano. Esse volume, em função da retração econômica, caiu para pouco mais de 1,1 bilhão de litros anuais, conforme dados do Sindicom. A perspectiva de retomada, até algumas semanas atrás, era esperada para o segundo semestre. Mas agora um cenário mais otimista ficou 2018.


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Recentemente, um alto executivo da Shell disse ao Valor que a companhia europeia almeja o segundo lugar no ranking, no país, em alguns anos. O grupo era o sexto, com 9,2%, no ano passado. Nove companhias de renome disputam os motores de automóveis, caminhões, ônibus, maquinas e de equipamentos industriais.

A liderança do mercado de lubrificantes e graxas no país, conforme números do Sindicon, ainda é da estatal BR, subsidiária da Petrobras, que fechou 2016 com 28,1% de participação. Foi seguida pela Ipiranga, do grupo Ultra, com 18%. A Moove deteve 17,8%. Em fevereiro, a Ipiranga obteve a aprovação do órgão antitruste (Cade) para a junção de ativos que fez no ano passado com a americana Chevron, quinta colocada, com 10,7%. Até o final deste ano, as duas empresas vão alocar seus ativos em uma nova empresa. Juntas, vão disputar o mercado ombro a ombro com BR.

A estatal malaia Petronas encerrou o ano passado com 11,3% de participação nas vendas, em quarto lugar. Detêm a maior fatia entre as empresas estrangeiras.

Para se manter bem posicionado e para ganhar participação em alguns segmentos de mercado, a companhia investe em novo produtos. É o caso da área de lubrificantes para motores pesados, notadamente caminhões. Esta colocando no mercado a marca Urania, fruto de um investimento de alguns milhões de reais, informa Luiz Sabatino, presidente no Brasil e da região Leste - outros países da América do Sul, exceto Argentina.

O grupo está encerrando neste ano aportes de R$ 300 milhões no país, iniciados em 2012, usados para ampliar sua fábrica em Contagem (MG) e expandir suas operações comerciais. "Temos capacidade para atender esses mercados, com 220 milhões de litros", informa o executivo. Esse esforço permitiu levar a empresa da sexta para a quarta maior fornecedora de lubrificantes no país, afirma.

Petrolífera malaia está finalizando pacote de investimento iniciado em 2012, que permitiu ser a quarta do mercado

A fábrica de Contagem é suficiente para quatro a cinco anos, mesmo com o Brasil voltando a crescer. "Se o crescimento do PIB voltar a ser robusto, aí temos de pensar em ampliação ou até em uma nova fábrica no Brasil", disse ao Valor Guilherme De Paula, que presidiu as operações do país até junho de 2016 e foi promovido a CEO Américas. Hoje, além do mercado brasileiro, atende outros 15 países latino-americanos, com destaque para Colômbia, Peru, Chile, Paraguai e Bolívia.

No ano passado, a companhia petrolífera - que fatura US$ 75 bilhões ao ano - adotou uma estratégia para toda a região de Américas. "Estou com a missão de integrar todas as operações, tornando a empresa mais alinhada na região", afirmou o executivo, que já foi dos quadros da Shell.

Ele não sinalizou se os planos de expansão no Brasil preveem aquisições ou fusão com concorrentes. A estratégica parece mais voltada para um crescimento orgânico. Por exemplo, em motores diesel - que movimenta cerca de 300 milhões de litros ao ano. Nesse segmento, garante que dobrou a participação de mercado, indo de 4% para 8,6%. Tem objetivo de expandir mais essa fatia.

"É um segmento de negócio muito importante, pois o transporte no Brasil é ainda movido a diesel", comentou De Paula. A empresa informa que está nos mercados automotivo, no qual declara ser a quarta colocada, com as marcas Selenia e Syntium; no de graxas (logo atrás da líder Chevron); e em óleo para transmissão, disputando com a BR. "Hoje temos um portfólio de produtos mais robusto", diz Sabatino.

Entre os investimentos no país, neste ano a empresa está aplicando R$ 10 milhões em um centro para desenvolvimento global de produtos dentro da fábrica de Contagem, que será inaugurado até o fim do ano.

O negócio de lubrificantes e graxas da companhia malaia é tocado pela Petronas Lubrificants International (PLI), fundada em 2008. Hoje representa 2% do faturamento total da petroleira. As Américas, com fábricas nos Estados Unidos (8), uma no México, uma no Brasil e uma Argentina, respondem por 26% das vendas totais (em volume). Mas é responsável por 30% do resultado financeiro dessa área.

Nos Estados Unidos, a Petronas tem 0,4% de participação, todavia de um mercado gigante: 9 bilhões de litros ao ano. "Ainda estamos engatinhando por lá, brigando com muita gente de peso", afirma De Paula. Está presente nos segmentos de veículos para construção e agronegócios, bem como em automotivo e consumo.

Outro mercado onde almeja crescer é o da Argentina, com a construção de uma nova fábrica. O investimento é de US$ 30 milhões, decidido em 2012, mas acelerado na mudança de presidente do país. Vai ficar pronta no fim de 2018. Com isso, prevê dobrar para 10% sua fatia de vendas locais, dominadas pela YPF.

Fonte: Valor






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