Sob o efeito das mudanças no Repetro, o volume de desembarques cresceu 8,1% de janeiro a agosto em relação a igual período de 2017 quando são excluídas as plataformas de petróleo, e não 15% (incluindo esses equipamentos), aponta o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).
No lado das exportações, o volume cresceu 3,4% em igual período com as plataformas. Sem esses equipamentos, o crescimento foi de apenas 0,6%. Os indicadores do Ibre medem a variação de preços e de volumes nas importações e exportações.
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A partir deste mês o boletim do Ibre passou a divulgar índices de comércio exterior com e sem as plataformas de petróleo. O objetivo, diz o boletim do Icomex, é esclarecer o desempenho do comércio exterior em relação aos efeitos das mudanças do Repetro.
O boletim destaca que as mudanças do Repetro ficaram claras nos dados do Mdic desde fevereiro. Retiradas as plataformas do cálculo, o crescimento do volume das importações continua superando o das exportações, mas cai a diferença entre os dois. Com plataformas, a diferença é de 11 pontos percentuais. Sem os equipamentos, cai para 6,7 pontos.
O volume exportado pela indústria de transformação no acumulado até agosto na comparação com o mesmo período de 2017 cresceu 2,9%. Sem as plataformas, porém, há recuo de 0,5%. A quantidade embarcada pelo setor agropecuário subiu 9,8% nos oito primeiros meses do ano. No mesmo período, o quantum exportado pela indústria extrativa recuou 1,3%.
Segundo o boletim do Ibre, do lado das importações, a desagregação por categoria de uso dentro da indústria de transformação mostra que o crescimento é liderado pelos bens de capital, com alta de 78,8% no volume desembarcado no acumulado até agosto. Com a exclusão das plataformas de petróleo, o crescimento cai para 16,6%.
O Ibre destaca que todas as categorias de uso da indústria de transformação apresentaram variações positivas na quantidade importada de janeiro a agosto. O boletim diz ainda que a variação nos índices dos volumes importados de bens intermediários pela indústria é positiva, mas não chega a 10%, o que é considerado compatível com o baixo nível de atividade esperado para o ano, ao redor de 1,5%.
Fonte: Valor