Exportação compensa mercado interno fraco

Imprimir

Diante do encolhimento do mercado doméstico de papéis no início deste ano, fabricantes brasileiras de papéis estão aumentando as apostas nas exportações. Com essa estratégia, buscam ocupar capacidade produtividade e tirar proveito do câmbio favorável às vendas externas. A rentabilidade, porém, permanece inferior à das vendas locais, por causa do peso do frete.

Em janeiro, as vendas internas de todos os tipos de papel recuou 4,6% na comparação anual, para 438 mil toneladas, segundo dados da Ibá, entidade que representa a indústria. As exportações também ficaram menores, com queda de 7,8%, para 154 mil toneladas. Mas essa tendência deve mudar nos próximos meses.

Terceira maior fabricante brasileira de papel-cartão, atrás de Klabin e Suzano Papel e Celulose, a paranaense Ibema vai ampliar a participação das exportações em suas vendas se o mercado doméstico não reagir nos próximos meses. Em 2014, 25% da produção de 90 mil toneladas foi direcionada a clientes no exterior e, neste ano, essa fatia poderá chegar a 30%.

A Suzano também já indicou que vai direcionar ao mercado externo o excedente de papel produzido em suas fábricas no país, após vendas "muito fracas" em janeiro e fevereiro. Além de cartões, a companhia fabrica papéis de imprimir e escrever, duas categorias que registraram retração em janeiro. Em cartão, segundo dados da Ibá relativos à indústria, a queda nas vendas domésticas em janeiro foi de 2,7%, para 36 mil toneladas. Em imprimir e escrever, o recuo foi de 13,3%, para 117 mil toneladas.

De acordo com a Suzano, os números do primeiro trimestre ainda não devem refletir essa estratégia, por conta dos prazos mais longos inerentes à exportação. Na Ibema, por enquanto as vendas permanecem com a mesma composição de 2014, mas esse mix também pode mudar nos próximos meses.

A direção Klabin, por sua vez, já informou algumas vezes que, diante do mix de produtos e de mercados atendidos, tem flexibilidade para direcionar sua produção conforme as condições mais favoráveis. Cabe ressaltar que os números da Ibá não consideram cartões para líquidos, segmento que é liderado pela companhia.

"Por enquanto, temos visto demanda estável. Temos uma divisão de vendas heterogênea e o lançamento de produtos e a abertura de novos canais têm sustentado nossas vendas. Mas já temos planos de ampliar exportações se o mercado não reagir", diz o diretor comercial da Ibema, Jorge Luís Grandi.

Internacionalmente, a aposta da Ibema, neste momento, é a Colômbia, país cuja economia tem crescido a taxas superiores às dos vizinhos latino-americanos e que consome, por ano, 100 mil toneladas de papel-cartão. A meta da fabricante paranaense é vender aos colombianos 2 mil toneladas anuais de cartões, abocanhando 2% do mercado local.

"Depois de um ano de testes, estamos há três meses vendendo nossos produtos na Colômbia. Já entregamos 200 toneladas", conta o executivo. Naquele país, o mercado é liderado com folga pela europeia Smurfit Kappa, com 38% de participação, e pela chilena CMPC, com 32%. A Suzano vem em seguida, com 8%, segundo Grandi.

"A Colômbia está nos surpreendendo. Nossos produtos foram bem recebidos e estamos atendendo basicamente a gráficas", ressalta. Para levar seus cartões ao mercado colombiano, a Ibema definiu um plano de acesso marítimo - o fato de o país ter acesso tanto pelo Pacífico e quanto o Atlântico facilita a chegada de produtos de todo o mundo.

A Argentina, porém, deve seguir como mercado mais relevante da Ibema fora do Brasil, responsável por 55% das exportações. No ano passado, a crise econômica argentina reduziu em 8% a 10% os embarques da Ibema para a Argentina, conta Grandi.

No ano passado, as exportações brasileiras de cartões, em volume, caíram cerca de 10% frente a 2013.

Fonte: Valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo






PUBLICIDADE




   ICN
   Zmax Group
   Antaq
       

NN Logística

 

 

 

  Sinaval
  Syndarma
       
       

ECOBRASIL 2025 - RIO DE JANEIRO - RJ - INSCRIÇÕES ABERTAS - CLIQUE AQUI