Exportação de petróleo dos EUA é recorde e afeta preço

Imprimir

Volumes recordes de petróleo dos EUA serão embarcados para a Ásia nos próximos dois meses, abocanhando mais um pedaço do mercado da Rússia e de produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Os EUA deverão exportar 2,3 milhões de barris por dia (b/d) em junho, dos quais 1,3 milhão de b/d irão para a Ásia, estima um executivo de uma exportadora de petróleo americana.


PUBLICIDADE



Dados do Departamento de Energia americano mostram que, há duas semanas, as exportações de petróleo alcançaram o volume recorde de 2,6 milhões de b/d.

Esse feito é alcançado num momento em que a produção americana atinge máximas históricas, pressionando os preços do petróleo tipo WTI, que ontem chegou a ser negociados com desconto de mais de US$ 9 por barril em relação ao Brent - o maior em mais de três anos - criando condições para operações de arbitragem da oferta excedente em outros mercados.

A diferença do WTI com o Brent foi uma oportunidade para as refinarias asiáticas reduzirem as importações de petróleo com baixo teor de enxofre do Oriente Médio e da Rússia, depois que os preços do Brent e do petróleo do Golfo atingiram o seu maior nível em vários anos, disseram traders na Ásia.

"Estamos diversificando, fazendo nossas compras em outras regiões. Se a Aramco [estatal saudita] insistir em não reduzir os preços no próximo mês e a Adnoc (Abu Dhabi National Oil Company) não fizer o mesmo, vamos elevar nossas compras de petróleo nos EUA", disse um comprador de petróleo do Sudeste Asiático.

Na Ásia, a China - liderada pela Sinopec, maior refinadora da região - é a maior compradora de petróleo dos EUA. A empresa, depois de cortar as importações dos sauditas, comprou um recorde de 16 milhões de barris (533 mil b/d) de petróleo dos EUA, para embarque em junho, disseram duas fontes bem informadas.

A Índia e a Coreia do Sul são os outros maiores compradores na Ásia, com cada um contratando entre 6 e 7 milhões de barris em junho, disseram fontes que acompanham as vendas de petróleo dos EUA para a Ásia. A Indian Oil Corp comprou 3 milhões de barris no início deste mês por meio de um leilão, ao passo que a Reliance Industries adquiriu até 8 milhões de barris, disseram as fontes, embora não tenha ficado claro se o volume adquirido pela Reliance será totalmente embarcado em junho.

As fontes pediram anonimato devido a normas das empresas.

As compras da Coreia do Sul são realizadas por suas principais refinarias: SK Energy e GS Caltex.

A estatal taiwanesa de refino CPC Corp também comprou 7 milhões de barris para serem embarcados em junho e julho.

As exportações dos EUA para a Tailândia vão subir para ao menos 2 milhões de barris. A estatal petrolífera PTT está comprando 1 milhão de barris da WTI Midland, ao passo que a Thai Oil e a Esso Tailand compraram pelo menos 500 mil barris, cada uma, de petróleo de xisto de Bakken, uma área nos EUA, segundo traders a par das vendas realizadas pelo país.

A Reliance não quis comentar. A PTT, a Thai Oil e a Esso Thailand não responderam aos pedidos por comentários.

Mas, ainda que a Ásia e a Europa estejam inclinadas a absorver mais petróleo americano, os volumes recordes de exportação estão pressionando a infraestrutura nos EUA, o que limita a capacidade americana de extrair e exportar mais petróleo.

"O petróleo de xisto vem disputando com a Opep nos últimos anos. Mas a falta de infraestrutura devolverá parcialmente uma fatia de mercado à Opep", disse RT Dukes, diretor da Wood Mackenzie.

Fonte: Valor






   ICN
   Zmax Group
   Antaq
       

NN Logística

 

 

 

  Sinaval
  Syndarma
       
       

ECOBRASIL 2025 - RIO DE JANEIRO - RJ - INSCRIÇÕES ABERTAS - CLIQUE AQUI