Os embarques brasileiros de suco de laranja confirmaram as expectativas das indústrias e encerraram a safra 2016/17 (julho do ano passado a junho último) abaixo de 1 milhão de toneladas pela primeira vez desde a temporada 1991/92. Segunda dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), o volume ficou em 894,7 mil toneladas equivalentes ao suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ), 17% menos que na temporada 2015/16.
A retração já era esperada, uma vez que a oferta de suco do país foi prejudicada pela forte quebra da safra de laranja no cinturão formado por São Paulo e Minas Gerais em 2016/17, em razão de problemas provocados pelo El Niño. Essa quebra esvaziou os estoques de suco brasileiro e ajudou a elevar os preços da commodity no exterior, o que limitou a queda da receita dos embarques - que foi de 7%, para US$ 1,6 bilhão, o menor valor desde 2009/10.
PUBLICIDADE
Como a produção da fruta em São Paulo e Minas neste ciclo 2017/18 deverá se recuperar - a alta sobre 2016/17 deve se aproximar de 50% -, estoques e exportações brasileiras de suco deverão aumentar. Estima-se que os embarques tendem a voltar a cerca de 1,1 milhão de toneladas, nível considerado normal.
De acordo com a CitrusBR, as vendas para a UE, principal mercado do suco brasileiro, somaram 579,6 mil toneladas em 2016/17, baixa de 23% em relação a 2015/16, e renderam US$ 1,1 bilhão, queda de 14%. Para os EUA, os embarques chegaram a 172,8 mil toneladas (retração de 13%), ou US$ 317,5 milhões (aumento de 4%). Esse incremento da receita refletiu, em boa medida, o desempenho positivo das vendas do suco não concentrado (NFC) para o país, cuja oferta também foi curta, mas em razão de problemas fitossanitários.
Sempre conforme a CitrusBR, para o Japão as exportações brasileiras chegaram a 41 mil toneladas (queda de 9%), ou US$ 69,5 milhões (recuo de 2%), ao passo que para a China os embarques foram de 29,5 mil toneladas (alta de 8%), ou US$ 54,9 milhões (aumento de 14%).
Fonte: Valor