Leilão pesa para estatal no curto prazo

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O impacto financeiro da 14ª Rodada de blocos exploratórios de óleo e gás será mais intenso para a Petrobras no curto prazo. No médio prazo, por sua vez, a companhia terá pela frente um compromisso de investimento mais diluído na exploração dos seis blocos em águas ultraprofundas da Bacia de Campos, arrematados pela estatal em parceria com a ExxonMobil no leilão de quarta-feira.

Até 22 de dezembro, a Petrobras terá que desembolsar um bônus de assinatura de R$ 1,8 bilhão (cerca de US$ 565 milhões) pelos ativos. O montante a ser pago à União até o final do ano pode ser ainda maior e superar os R$ 2,6 bilhões (US$ 815 milhões), caso a petroleira seja bem-sucedida na 2ª e 3ª rodadas de partilha do pré-sal, em outubro.


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A companhia manifestou o direito de preferência por três áreas (Sul de Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo Frio Central), que, se arrematadas pela companhia, pela participação mínima de 30%, exigirão um bônus de assinatura de R$ 810 milhões (US$ 255 milhões).

Enquanto as despesas com o pagamento de curto prazo ultrapassam a casa do bilhão num intervalo de cerca de três meses, os investimentos obrigatórios na exploração dos ativos são menos relevantes e mais diluídos. Petrobras/ExxonMobil se comprometeram a investir, no mínimo, R$ 571 milhões nos seis blocos da Bacia de Campos. Pela composição da parceria, caberá à estatal R$ 285 milhões - 10% dos gastos da petroleira com exploração em 2016.

A empresa terá um prazo de sete anos, até 2025, para cumprir com os compromissos. Isso significa que a Petrobras poderá começar a investir após o horizonte do atual plano de negócios, quando a empresa espera estar menos estrangulada com o programa de redução da alavancagem.

Para melhorar o ambiente regulatório e atrair as petroleiras para a rodada, a ANP reduziu os compromissos de investimentos no médio prazo. Os programas exploratórios mínimos foram reduzidos e os prazos para conclusão da exploração flexibilizados. Até então, o programa de investimentos era dividido em duas fases, sendo uma delas de menor prazo, de cinco anos para área de águas profundas. O edital da 14ª Rodada, contudo, eliminou a divisão em fases e instituiu um prazo máximo de sete anos para a conclusão da exploração.

A Petrobras já sinalizou que fará alguns remanejamentos dentro do seu atual orçamento e algumas "repriorizações" de projetos do plano de negócios para financiar o bônus com o qual se comprometeu na 14ª Rodada. O valor do bônus, de R$ 1,8 bilhão, segundo a estatal, representa 0,8% dos investimentos previstos no atual plano de negócios 2017-2021.

"Ainda é um investimento bastante substancial [US$ 74 bilhões entre 2017 e 2021], que nos dá muita margem de repriorização para que a gente possa, nesse programa de leilões, oferecer ou participar daqueles que são relevantes para o nosso portfólio", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a jornalistas, na quarta-feira, antes de participar do leilão.

Durante a licitação, chamou a atenção a diferença de ágio apresentada pela empresa, na comparação com seus concorrentes. Na disputa pelo bloco C-M-411, por exemplo, o consórcio formado pela Petrobras e Exxon ofertou um bônus de R$ 1,2 bilhão - 18 vezes maior que o segundo mais alto. Na concorrência pelo bloco C-M-346, o bônus oferecido, de R$ 2,24 bilhões, foi cinco vezes maior que o segundo colocado.

O Credit Suisse classificou como "seletiva, porém grande" a participação da Petrobras na Rodada realizada quarta-feira. Segundo o banco, os elevados ágios não estão dissociados do potencial da região para o pré-sal. Apesar de os blocos estarem fora do polígono pré-sal, os levantamentos sísmicos mostram que a região apresenta semelhanças com a Bacia de Santos.

Para o diretor do centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, é provável que a Petrobras, para fazer frente aos compromissos assumidos no leilão, reduza um pouco o nível de investimentos e venda mais ativos.

"A Petrobras está se reinventando, reordenando os seus ativos. Ela não pode parar de repor ativos, as petroleiras têm que estar sempre comprando e reavaliando suas carteiras", disse Pires.

Fonte: Valor

 






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