A petrolífera britânica BP registrou lucro líquido de US$ 19 milhões no quarto trimestre, o que representa uma queda de 97% frente ao ganho apurado um ano antes.
O resultado foi afetado por itens não recorrentes, como uma baixa contábil de US$ 1,9 bilhão relacionada à venda de ativos de gás nos Estados Unidos, além de US$ 900 milhões da reclassificação de perdas cambiais para a formação de uma joint venture no Brasil com a Bunge. A receita recuou 6% para US$ 7,12 bilhões.

O resultado a custos de substituição — indicador semelhante ao apresentado por petrolíferas americanas — ficou negativo em US$ 4 milhões. No quarto trimestre de 2018, esse resultado foi positivo, em US$ 2,72 bilhões.

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O lucro do segmento de distribuição caiu quase seis vezes, para US$ 614 milhões. Na produção também foi registrado recuo, de 33%, para US$ 1,43 bilhão.

Apesar da queda, os resultados gerais da BP ficaram acima das expectativas do mercado.

Segundo analistas da corretora Markets.com, citados pela agência de notícias “Dow Jones Newswires”, a BP teve o melhor desempenho, comparado com concorrentes como Shell, Chevron e Exxon Mobil, mesmo em um cenário desafiador.

Também agradou o anúncio de pagamento de dividendos no valor de US$ 0,105 por ação, 2,4% acima do distribuído um ano antes, o que, segundo os profissionais mostra que “a BP está mais confiante nas projeções de crescimento para 2021.”

Coronavírus, demanda e cortes
A BP prevê que o surto do novo coronavírus reduza a demanda global por petróleo em 300 mil a 500 mil barris por dia, disse nesta terça-feira o diretor financeiro da companhia, Brian Gilvary.

Antes do surto na China — maior importadora de petróleo no mundo —, a expectativa da petrolífera britânica era de crescimento na demanda de até 1,2 milhão de barris em 2020.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) discute seriamente aprofundar os cortes na produção para combater os efeitos da doença nos preços da commodity. Uma reunião técnica do cartel e aliados acontece hoje e amanhã, o que leva os preços do petróleo a operar em alta nesta terça-feira, após o tombo dos últimos dias.

Fonte: Valor