A Associação dos Usuários dos Portos do Rio de Janeiro afirma que os verdadeiros responsáveis por levar o nome da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) ao noticiário sobre corrupção foram os servidores investigados pelo Ministério Público Federal de Brasília (MPF-DF). A Usuport-RJ defendeu a causa de sua associada Posidonia Shipping e Adalberto Tokarski, indicado esta semana pelo governo para ser reconduzido à diretoria da agência. Ontem, a Portos e Navios informou que a possibilidade de retorno do ex-diretor geral à agência gerou muito desconforto em setores dentro da autarquia.
"Não foi a Posidonia, a Usuport-RJ, o Adalberto Tokarski ou o MPF que colocaram a Antaq nas páginas policiais. Precisamos tomar muito cuidado para não criarmos uma inversão de valores e promovermos injustiças. Foram servidores, que hoje estão na qualidade de investigados pelo MPF (e suas supostas condutas), os grandes responsáveis por tudo isso", declarou o presidente da Usuport-RJ, André de Seixas
A associação não acredita que o ex-diretor geral enfrentará um clima ruim com a maioria dos servidores da Antaq. Para Seixas, as afirmações sobre desconforto partiram do grupo de investigados pelo MPF. "Pode ser que este clima ruim se concentre nos servidores investigados pelo MPF e seus apaniguados. Uma meia dúzia de gatos pingados que não representam a grandeza da agência", contestou.
A Usuport-RJ acrescentou que, em dezembro do ano passado, a própria Associação dos Servidores da Antaq (Asantaq) requereu ao ministro da Casa Civil, por ofício, a recondução de Tokarski. Para a Usuport-RJ, esse posicionamento pesou muito na escolha do Planalto que, acertadamente, respeitou os anseios dos servidores da agência e caracterizou uma decisão técnica.
Seixas enfatizou que Tokarski deu depoimento somente após ser intimado pelo MPF a fim de prestar os esclarecimentos solicitados. "Ele apenas foi lá e falou a verdade, como qualquer cidadão de bem e bom gestor faria. Ao falar a verdade, ele preservou a instituição Antaq, que é maior que tudo isso. Se ele tivesse mentido para proteger os investigados, teria prejudicado e muito a instituição", disse o presidente da Usuport-RJ.
A associação ressaltou que o Brasil precisa de uma agência reguladora forte, que não atenda apenas interesses de segmentos específicos ou instituições investigadas, referindo-se às entidades que representam interesses de armadores que atuam na cabotagem brasileira. "A Antaq forte que todos nós precisamos é aquela que defende o interesse público. Temos certeza que este é o espírito da imensa maioria dos servidores da agência", observou.
Por Danilo Oliveira
(Da Redação)
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