Mercado reage mal ao balanço da Petrobras

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Apesar de a Petrobras ter obtido lucro acima das expectativas do mercado no quarto trimestre de 2013, a ação preferencial da companhia caiu ontem 3,52%, para o menor valor desde 2005: R$ 13,68. No ano, acumula queda de 19,9%, face a um recuo de 9,5% do Ibovespa.

"O lucro foi melhor que o esperado, mas graças a uma série de fatores não recorrentes, como venda de ativos. Isso sem falar na contabilidade de hedge [que compensou em parte as perdas com a desvalorização do real] e na base fraca de comparação", explicou o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. "O papel azedou de vez depois que a [presidente da Petrobras] Graça Foster afirmou que 2014 está dado. Quem esperava alguma melhora vai ter que tirar o cavalo da chuva", disse.

Outras declarações de Graça Foster, feitas em apresentação para analistas de mercado, desanimaram os investidores. Ela disse, por exemplo, que não é possível reverter os indicadores de dívida da estatal neste ano, embora a companhia tenha preocupação "absoluta" em manter sua classificação de risco como grau de investimento.

A dívida da companhia voltou a crescer de forma acentuada em 2013. Enquanto a dívida bruta teve salto de 36% - depois de avançar 26% no ano anterior -, a líquida registrou alta de 50% (43% em 2012). "Para uma empresa do tamanho da Petrobras, é premissa ficar preocupada com o grau de investimento. Nossa luta para retomar os indicadores é imensa", reconheceu Graça Foster. Ela descartou o repasse integral dos preços internacionais dos combustíveis para a gasolina e o diesel vendidos no país e disse que a paridade só seria alcançada ao longo dos próximos anos.

O corte de 6,8% nos investimentos previstos no plano de negócios para o período 2014/18 não convenceu o mercado sobre a sustentabilidade financeira da companhia.

A percepção é que a empresa continuará dependente de decisões políticas do governo, a principal delas a permissão, difícil em ano eleitoral, para reajustar os preços dos combustíveis. "2014 é um ano posto, construído três anos atrás. E o ano de 2015 está menos à mão para soluções do que 2016 e 2017", disse a presidente da companhia estatal.

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner, Rodrigo Polito, Marta Nogueira e Téo Takar | Do Rio e de São Paulo






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