Moody's eleva nota de crédito da Petrobras

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A Petrobras não precisará alcançar a marca de US$ 21 bilhões em desinvestimentos para atingir a meta de alavancagem de 2,5 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de acordo com estimativas da classificadora riscos Moody's. Segundo a agência, que anunciou ontem a elevação do "rating" (nota de crédito) da companhia, de "B1" para "Ba3", a redução da necessidade de venda de ativos se deve a uma melhora do fluxo de caixa e ao alongamento do vencimento das dívidas da empresa.

"Nossa perspectiva é que a empresa não precisa vender tanto ativos para atingir a meta de alavancagem. Ou com fluxo de caixa ou com venda de ativos, a empresa vai continuar reduzindo sua dívida, que é seu grande problema", afirmou Nymia Almeida, vice-presidente sênior de crédito da Moody's, ao Valor.


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A executiva também destacou positivamente a nova governança da estatal, que incluiu um processo mais rigoroso de escolha de seus gestores, considerando o currículo e a experiência dos pretendentes aos cargos. Dessa forma, explicou ela, a companhia conseguiu reduzir a influência política sobre a sua operação, mesmo considerando as eleições presidenciais no próximo ano.

Segundo Nymia, a elevação do rating da Petrobras e a perspectiva de que a estatal atingirá a meta de alavancagem até o fim de 2018 consideram o preço do barril do Brent em torno de US$ 50, taxa de câmbio estável e a manutenção da participação de mercado de combustíveis, a partir do aperfeiçoamento da política de preços de gasolina e diesel atualizados quase que diariamente.

Em relatório sobre o tema, a Moody's atribuiu a elevação do rating às melhores métricas de crédito da empresa e a melhoria significativa da liquidez, destacando um perfil de vencimento da dívida mais confortável, por conta de refinanciamentos e geração de caixa.

A classificadora de risco lembrou que, apenas em 2017, a Petrobras emitiu US$ 19,2 bilhões em títulos, principalmente em operações externas, que foram utilizados para refinanciar os vencimentos da dívida.

"A empresa também reduziu a dívida em US$ 10 bilhões de junho de 2016 a junho de 2017, com o produto da venda de ativos e geração de caixa, mantendo nas mãos uma robusta quantidade de caixa de US$ 24,5 bilhões em junho de 2017", diz a Moody's no relatório.

No relatório, a agência afirmou que diminuíram as chances de as multas aplicadas contra a Petrobras pela Justiça americana afetarem a liquidez da companhia.

A Moody's lembra que ainda há incertezas em torno das investigações de propina lideradas pela Securities and Exchange Commission (SEC) e o Departamento de Justiça americano, mas destaca que desde o início das investigações da Operação Lava-Jato, "a empresa melhorou a governança corporativa e conseguiu chegar a acordo com 21 dos 27 investidores individuais sobre disputas legais relacionadas à corrupção e investigações de suborno".

A agência ressalta ainda que os resultados operacionais dos últimos dois anos reduziram o risco de que o perfil de crédito da empresa seja significativamente afetado pelas multas.

A Moody's também ajustou a perspectiva dos ratings, de positivo para estável, após a elevação da nota de crédito. A mudança, explicou a agência, incorpora a visão de que o perfil de crédito da empresa continuará a melhorar gradualmente, mas que será contrabalançado pela perspectiva de risco soberano do Brasil, com nota "Ba2".

Fonte: Valor






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