Encontro de secretários tenta acordo para solucionar impasse entre os países.
As negociações entre a Argentina e o Brasil em busca de uma solução para o conflito comercial entre os dois países estão travadas. A reunião técnica que seria realizada ontem, após a primeira reunião privada entre os secretários executivos dos ministérios de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, e do Brasil, Alessandro Teixeira, foi cancelada. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (MDIC), a reunião ampliada foi suspensa porque Teixeira solicitou aos técnicos brasileiros um levantamento completo de todos os produtos nacionais que estão impedidos de entrar na Argentina.
Segundo uma fonte negociadora do Brasil, houve divergências entre os números citados por Teixeira e por Bianchi e, isso impediu que houvesse um avanço. A última reunião entre os sócios foi realizada em fevereiro e a comissão de monitoramento do comércio bilateral teria que reunir-se em abril, mas a Argentina negou-se a marcar uma data.
O levantamento solicitado por Teixeira já havia sido prometido pela ministra argentina de Indústria, Débora Giorgi, ao embaixador do Brasil em Buenos Aires, Enio Cordeiro, na semana passada. Tanto o Brasil quanto a Argentina já possuem esses números e o pedido de Teixeira aos técnicos foi entendido por assessores como sinal de que "algo novo voltou a travar as negociações".
Através da assessoria de imprensa do MDIC, Teixeira disse que os negociadores dos dois lados "se sentaram, se entenderam e expressaram suas posições sobre os conflitos comerciais".
O Brasil reclamou que não é possível uma demora de mais de 300 dias para que a Argentina libere produtos brasileiros, como é o caso de alguns têxteis, tampouco que, após a concessão de licenças automáticas para alimentos, máquinas e tratores, o sócio apresente novas exigências que impedem a entrada em seu território.
Em nota oficial, o ministério da Argentina evitou falar de dificuldades, informando que as negociações continuarão. "Ambos funcionários concordaram em ressaltar a vontade das delegações de solucionar os pontos apresentados na agenda da negociação bilateral", diz a nota. Bianchi explicou que os dois governos apresentaram preocupações e estão "trabalhando em favor de uma solução para cada ponto de tensão surgido na relação comercial".
Fonte: Jornal do Commercio (RS)
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