Opep vai aumentar produção de óleo, mas impacto sobre preço é incerto

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, incluindo a Rússia, aumentarão a produção da commodity a partir de julho, depois que a Arábia Saudita conseguiu um acordo de última hora para superar a oposição do Irã.

Embora tenha encoberto algumas diferenças entre os membros, o acordo é uma vitória para Riad e Moscou, que há um mês defendem um aumento de produção para aliviar os preços altos. Também é um sucesso para o presidente dos EUA, Donald Trump, que criticou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo por inflacionar o custo do combustível.


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"Espero que a Opep aumente substancialmente a produção", disse Trump no Twitter após o término da reunião. “Necessidade de manter os preços baixos!”

A Opep concordou com um aumento de produção "nominal" de 1 milhão de barris por dia, disse o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, a repórteres em Viena. Na realidade, o acordo adicionará cerca de 700 mil barris diários de petróleo ao mercado no segundo semestre, porque vários países não têm capacidade para elevar sua produção, disse o ministro do Petróleo da Nigéria, Emmanuel Ibe Kachikwu.

O comunicado final da reunião do grupo em Viena deixou algumas perguntas sem resposta sobre como o petróleo chegará aos consumidores. O documento não menciona o aumento específico de produção citado por Al-Falih. Em vez disso, promete que o cartel se concentrará em devolver os cortes de produção para o nível originalmente acordado em 2016.

No mês passado, a Opep e seus aliados superaram em 47% o corte de produção prometido, de 1,8 milhão de barris por dia, informou o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak. Isso significa cerca de 850 mil barris diários a menos no fornecimento. Boa parte dessa baixa, contudo, não foi intencional, refletindo o colapso da indústria de petróleo da Venezuela e os declínios de longo prazo na produção mexicana.

A Arábia Saudita tem capacidade ociosa suficiente para compensar essas perdas e manter os preços baixos, mas Al-Falih reconheceu que tal medida não é politicamente aceitável para seus colegas membros da Opep.

O comunicado final não menciona se o reino saudita, ou qualquer outro país do cartel, poderia compensar as perdas em outros lugares. No entanto, diz que o grupo deve se esforçar para obter uma “conformidade geral” de 100%, o que na prática só será possível se as nações com capacidade de produção sobressalente entrarem em cena para preencher a lacuna deixada por outras.

"A falta de especificidade é estímulo para os preços", disse Joe McMonigle, analista sênior de energia da Hedgeye Risk Management LLC. "É um aumento misterioso na produção de petróleo porque não sabemos realmente os números finais."

O petróleo realmente subiu após o acordo da Opep, com o barril do tipo West Texas Intermediate saltando 3,7% para US$ 67,93.

Preservando a unidade

A linguagem vaga pode ajudar a preservar a duramente conquistada unidade do grupo de 24 produtores de petróleo, cuja cooperação encerrou uma queda de preço de três anos. Foi possível resgatar um acordo que estava sob dúvida na noite de quinta-feira, depois que o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, saiu de uma reunião com outros ministros dizendo que ninguém poderia persuadi-lo a apoiar um aumento.

O Irã tem reagido às intervenções de Trump. Zanganeh disse que o presidente dos Estados Unidos é culpado pelos preços altos, por causa de sua retirada unilateral do acordo nuclear internacional e a imposição de novas sanções que poderiam reduzir significativamente as exportações de petróleo do país.

Depois de toda a disputa interna da Opep, que há semanas tem afetado os mercados de petróleo, o presidente do grupo disse que o acordo de sexta-feira era sobre as necessidades dos consumidores de petróleo.

"Este acordo a que chegamos é um testemunho de que nos preocupamos com os países consumidores", disse a repórteres o ministro de Energia dos Emirados Árabes, Suhail Al Mazrouei, que preside o cartel. "Nós ouvimos quando eles dizem que estão preocupados."

A Opep se reunirá novamente no sábado com não-membros, incluindo a Rússia, para ratificar o acordo de sexta-feira.

Fonte: Valor






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