A visita de Estado do presidente Michel Temer nesta sexta-feira à China rendeu assinatura de 14 acordos entre organismos do governo e alguns contratos entre empresas privadas que, segundo diplomatas brasileiros, alcançam US$ 10 bilhões entre promessas de investimento e de financiamentos, como o Valor antecipou nesta sexta-feira.

Foram assinados acordos entre os governos de facilitação de vistos, inspeção de qualidade de produtos, produção cinematográfica, saúde e futebol. Também na área de negócios entre empresas, os compromissos delineados envolvem investimentos ou crédito para os setores de energia elétrica e nuclear, portos e finanças.

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O governo brasileiro destaca a importância do pacote de US$ 10 bilhões em promessas de investimento e linhas de crédito pela China para o Brasil, como mais uma confirmação do interesse chinês no país. O embaixador brasileiro em Pequim, Marcos Caramuru, observou que mais acordos comerciais no setor privado vão ser assinados neste sábado, durante seminário sobre oportunidades de investimentos no Brasil.

Conforme Caramuru, o pacote desta sexta-feira é formado pelo memorando de intenção de um consórcio chinês-cazaque para investir USS 2,4 bilhões na construção do Porto Sul em Ilhéus, conclusão da Fiol e mais aplicação em mineração na Bahia. Além disso, a State Grid planeja investimento de US$ 3,5 bilhões nas linhas de transmissão da usina de Belo Monte.

O China Eximbank fornecerá linha de crédito de US$ 300 milhões para o Banco do Brasil. O embaixador inclui no pacote a perspectiva de financiamento de US$ 3 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China para o BNDES, no futuro. O pacote é completado com o financiamento chinês para terminal portuário em São Luís.

Na prática, há uma reembalagem de intenções já anunciadas. O acordo novo de financiamento do China Eximbank para a Petrobras no valor de USS 1 bilhão continua sendo negociado e não entrou no cálculo.

Encontro

O presidente chinês Xi Jinping, ao abrir o encontro com Temer, elogiou a relação bilateral e o avanço das relações que os chineses chamam de pragmáticas com o Brasil. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, depois o encontro, disse que a relação entre o Brasil e a China está se tornando um modelo para cooperação entre os emergentes. “A cooperação estratégica atingiu um novo ponto alto” com a visita de Temer, segundo o porta-voz.

Ele disse que Temer e Jinping concordaram que, em meio a um cenário global de incertezas e instabilidade, os dois países decidiram reforçar “sua unidade e cooperação”. O porta-voz destacou que o Brasil é o maior alvo de investimentos chineses na América Latina e que a relação vai evoluir inclusive pela complementaridade entre os dois grandes emergentes.

A China diz estar consciente de que o Brasil está de volta ao caminho da recuperação, com indicadores positivos, e confia no crescimento econômico brasileiro, segundo o porta-voz. “A relação entre o Brasil e a China se torna uma das mais importantes e dinâmicas no mundo de hoje entre as economias emergentes”, acrescentou, dando o tom do discurso de Jinping a portas fechadas.

Fonte: Valor