Em seu discurso na 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retomou seus ataques à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Ele voltou a acusar o cartel de estar elevando demais os preços da commodity e exigiu que alguns membros comecem a pagar os EUA pela proteção militar.
“Os países da Opep estão, como de costume, explorando o resto do mundo e eu não gosto disso", afirmou Trump. “Queremos que eles parem de subir os preços. Queremos que eles comecem a baixar os preços e, a partir de agora, eles devem contribuir substancialmente para ter proteção militar”, acrescentou.
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No fim de semana, a Opep e a Rússia ignoraram a exigência de Trump para elevar a produção e, assim, moderar os preços do petróleo. Desde então, o preço do petróleo Brent, referência global, subiu para acima de US$ 82 por barril — maior nível em quase quatro anos.
“Defendemos muitas dessas nações para nada, e então eles tiram vantagem de nós, nos dando altos preços de petróleo, isso não é bom". Trump disse: "Nós não vamos aturar estes preços terríveis por muito tempo".
A acusação de que outras nações ao redor do mundo estão se aproveitando dos EUA, beneficiando-se militarmente de protecção ou de acordos comerciais generosos, é reiteradamente repetida por Trump. O americano tem pressionado inclusive aliados próximos dos EUA como Canadá, Coreia do Sul e países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Alemanha
O presidente dos EUA voltou a criticar a Alemanha, ao dizer que o país se tornará “completamente dependente” da Rússia em relação ao fornecimento de energia com a construção do gasoduto Nord Stream 2.
A obra foi projetada para dobrar os volumes de gás natural da Rússia para a Alemanha através do Mar Báltico, evitando a tradicional rota de trânsito que passa pela Ucrânia.
"A confiança em um único fornecedor estrangeiro pode deixar as nações vulneráveis à extorsão e à intimidação", disse Trump. "É por isso que parabenizamos países europeus como a Polônia pela construção de um gasoduto [com a Eslováquia] para que as nações não dependam da Rússia para suprir suas necessidades energéticas", afirmou, no discurso. "A Alemanha ficará totalmente dependente da energia russa se não mudar de curso imediatamente".
Fonte: Valor