O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a empresa não precisará de financiamentos para honrar o pagamento dos bônus de assinatura pelas três áreas arrematadas pela empresa nos leilões do pré-sal desta sexta-feira. “Vamos repriorizar alguns investimentos. Estamos perfeitamente conformes com nosso plano financeiro”, afirmou.
Ele citou que o a venda ativos da companhia em campos terrestres é um exemplo de repriorização de investimentos que já vinha acontecendo.
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De acordo com Parente, a companhia continuará com a “mesma disposição” de adquirir novas áreas que permitam à Petrobras recompor suas reservas e renovar seu portfólio. “Vamos continuar com a mesma visão de portfólio, ou seja, vamos ser seletivos em buscar as áreas que possam melhorar o valor do nosso portfólio, considerando o retorno esperado e o risco exploratório”, afirmou, sobre a intenção da empresa de participar dos leilões do ano que vem.
Ele disse, ao ser questionado, que não há "nenhum" arrependimento pelos altos ágios apresentados nas licitações de hoje. “A existência dos parceiros atesta a validade [das áreas adquiridas]”, justificou.
O executivo destacou também que a experiência da empresa na operação do pré-sal permite projetar ganhos de eficiência nas áreas arrematadas. E informou que o "breakeven" (preço de equilíbrio) de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, que já chegou a US$ 80 o barril, está hoje em US$ 33.
Carcará
Parente também justificou que não fazia sentido para a empresa participar do leilão da área de Carcará Norte na Bacia de Santos, ativo de maior bônus de assinatura do leilão do pré-sal, depois que a petroleira vendeu sua fatia de 66% na concessão BM-S-8, onde está sitiada a descoberta original de Carcará. “Embora seja um campo de altíssima potencialidade, ele tem características que não são parecidas com os demais campos que temos no pré-sal. É um campo que talvez fizesse com que nosso portfólio perdesse qualidade”, afirmou.
O executivo alegou que Carcará é um campo que tem um grau de dióxido de carbono (CO2) e pressão muito elevados - que demandariam equipamentos específicos e investimentos vultuosos.
Plano de negócios
Parente disse esperar divulgar até o final do ano o novo plano de negócios da companhia. Segundo ele, o novo planejamento estratégico conterá iniciativas de desenvolvimento de tecnologias em energias renováveis e maior participação do gás natural. “A Petrobras tem que buscar aquilo que garante retorno”, pontuou.
O presidente também disse que a companhia não possui uma avaliação sobre a preferência pelo modelo de concessão ou partilha. Segundo ele, a empresa ainda não fez uma avaliação sobre o anúncio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que tem a intenção de acabar com o regime de partilha do pré-sal. “Como operadores temos que nos conformar com o regramento legal. Participamos muito bem no regime de concessões, participamos bem no regime de partilha e vamos continuar participando de acordo com as regras”, afirmou.
Ele deu as declarações após encerramento das 2ª e 3ª Rodadas do pré-sal, realizadas hoje pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Fonte: Valor