Petrobras fecha acordo histórico com a GE para manutenção de usinas

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No que depender da GE Power, não vai faltar luz para uma boa parte dos brasileiros nos próximos quatro anos. Nesse período, a manutenção das 11 usinas termelétricas da Petrobras, responsáveis por 13% da geração de energia térmica do país, estará a cargo da divisão de serviços de energia da GE, que possui mais de 2,8 mil clientes em todo o mundo. Assinado em dezembro, o contrato compreende cerca de 80% da base instalada da Petrobras, correspondente à geração de 4,3 gigawatts (GW). Trata-se do maior contrato de curto prazo (4 anos) na América Latina, com valor superior a R$ 1 bilhão (US$ 300 milhões), representando também o maior negócio de serviços de geração de energia da GE na América Latina.

Embora tenha sido firmado no fim do ano passado, o acordo só foi anunciado pela GE Power no dia 16 de abril.  “É um contrato muito relevante para a área de serviços da GE, já que a Petrobras tem um dos maiores parques geradores do país. Ela é e vai continuar sendo um de nossos principais clientes”, comenta Daniel Holender Meniuk, diretor regional da GE Power para o Brasil e Cone Sul. Desde 2001, a Petrobras opera 20 turbinas a gás GE (sendo quatro do modelo 6FA, seis do tipo 7FA e dez GT11N2), 23 turbinas a gás aeroderivadas GE LM6000, três turbinas a vapor e 13 geradores, que, agora, passarão por inspeções, incluindo reparos e trocas de peças. A plataforma Fleet 360* da GE, que oferece soluções completas para usinas, ajudará a Petrobras na execução segura de paradas programadas em suas plantas em todo o país.


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Mobilização e logística

Essa ação vem mobilizando centenas de profissionais da GE há meses. Somente o período da concorrência, para atender às exigências do edital, envolveu de 250 a 300 colaboradores do Brasil e do exterior, em diversas áreas, desde tecnologia até tributos e impostos. Já para a fase atual, de execução do contrato, foi preciso adequar times capazes de realizar um grande volume de trabalho, o que inclui a contratação de pessoal localmente. Estima-se que entre 100 e 120 pessoas deverão estar nas usinas da Petrobras para realizar as manutenções a cada dois meses. “É uma logística complexa, que demanda desenvolver fornecedores em polos regionais para atuação nas plantas, porque é inviável mobilizar equipes de suporte de São Paulo ou do Rio de Janeiro para as localidades mais remotas”, explica Marcio Delorenzo, diretor de vendas da unidade de serviços da GE Power América Latina. “Todos tiveram de passar por um processo de capacitação para atender às demandas das várias tecnologias envolvidas no contrato”, ressalta.

A extensão geográfica do território por onde se distribuem as 11 plantas da Petrobras é um complicador natural. Há usinas funcionando em locais tão distintos quanto Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, Cubatão, na Baixada Santista, Canoas, no Rio Grande do Sul, e Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte. Isso representa um desafio real para a GE, cujos equipamentos são responsáveis por mais de 33% de toda a energia produzida no país. Até o momento, já foram realizados cerca de dez trabalhos de manutenção, que se dividem em dois tipos, de acordo com o volume dos serviços: as manutenções de pequeno porte duram de cinco a sete dias, enquanto as de grande porte consomem mais tempo, de 50 a 60 dias. Além de mão de obra capacitada e ferramental adequado, o planejamento dos serviços inclui um detalhe importante: muitas vezes, é necessário enviar as peças para reparoem centros de serviços da GE nos EUA e Europa. Estima-se que mais de 20 mil componentes seguirão esse trajeto durante o contrato.

Desafio internacional

“Os componentes são enviados para centros especializados, onde são reparados e mandados de volta, dentro de prazos específicos”, explica Delorenzo, acrescentando que a vida útil dessas peças ganha um reforço com reparos intermediários. “É um desafio realizar tudo isso em um curto prazo, desde a abertura até o fechamento das máquinas, para que não falte nenhuma peça e o processo não dure mais do que o esperado”, emenda Meniuk. Numa perspectiva macro, olhando para a América Latina, tal desafio torna-se ainda mais provocador. Isso porque no portfólio da GE Power há projetos em execução não só no Brasil como, também, em países como Argentina e México. “Trata-se de uma região extremamente relevante, que teve um crescimento na área de geração de energia e vai representar a expansão da nossa base instalada”, pontua Meniuk.

Quando um acordo é bom, significa que ele favorece todas as partes envolvidas. Do lado da Petrobras, se traduz em uma economia estimada de 25% na manutenção de seus ativos. “Digamos que numa situação normal, no passado, para cada manutenção que a Petrobras fizesse, ela talvez tivesse que ter, em média, de 10 a 15 fornecedores, ao passo que, hoje, ela está contratando apenas um — no caso, a GE —, o que gera uma economia de pessoas, de homens-hora na sua gestão de pessoal, e com isso a companhia consegue ter um melhor fluxo e, consequentemente, uma redução de custos”, avalia Marcio Delorenzo. Olhando mais além, Daniel Meniuk afirma que “isso demonstra um avanço da Petrobras em práticas de gestão, passando a planejar e comprar melhor, em um processo bastante organizado e competitivo”. Ou seja, os ganhos extrapolam os limites da empresa e, pode-se dizer, beneficiam todo o país.

Fonte: Época Negócios






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