Petróleo bate máxima em quase quatro anos

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Os preços do petróleo registraram nesta segunda-feira (24) a maior marca em quase quatro anos depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, como a Rússia, se negaram a elevar a produção para conter a disparada recente.

Perto das 13 horas (horário de Brasília), o Brent para novembro avançava 3,21%, para US$ 81,33, no maior nível desde novembro de 2014, enquanto o WTI para novembro tinha alta de 2,53%, para US$ 72,57.


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Para o Credit Suisse, a participação da Opep é essencial para se reequilibrar o mercado. Atualmente, há um déficit produtivo que está reduzindo os estoques mundiais, escrevem os analistas do banco. Há ainda a possibilidade de o Irã cortar ainda mais a oferta, dando maior impulso aos preços.

“Continuamos otimistas com a cotação do petróleo e o setor de exploração e produção em geral no mundo”, escreve a instituição em relatório. “Acreditamos que o mercado está com oferta abaixo do consumo modestamente e continuamos a ver uma subavaliação dos preços na curva futura.”

Nos cálculos dos analistas, apesar de prometer elevar a produção em 1 milhão de barris por dia na reunião de junho, a Opep e seus aliados acrescentaram apenas 830 mil barris diários à oferta mundial desde então. O saque de estoques no quarto trimestre e em 2019 deve se aproximar de 400 mil barris por dia, projetam.

Citi

É possível que o preço do petróleo atinja US$ 100 no fim deste ano, afirma o Citi em relatório. Intermitências — ou a possibilidade de tal — na produção de Irã, Iraque, Líbia, Nigéria e Venezuela podem fazer os estoques mundiais minguarem e causar essa disparada na cotação, diz o banco.

Esse, contudo, não é o cenário principal considerado pelos analistas da instituição. A estimativa formal é de que o Brent fique em US$ 80, na média, durante o quarto trimestre. 

“O equilíbrio do mercado está muito precário e a falta de capacidade excedente pode fazer o preço chegar a US$ 90 ou a até US$ 100, caso todo o risco potencial se materialize”, afirma o Citi. “Seria necessária uma intervenção cuidadosa da Rússia, da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, em conjunto, para manter o mercado equilibrado.”

Nos cálculos do banco, há cerca de 1,5 milhão de barris por dia de possibilidade de corte na oferta, sendo que a Opep e a Rússia possuem capacidade para suprir apenas 1,02 milhão de barris rapidamente.

No caso do WTI, o Citi aguarda uma contínua elevação dos estoques disponíveis nos EUA, por conta das dificuldades de exportação, o que poderia levar o desconto em relação ao Brent a algo entre US$ 10 e US$ 15 por barril. Atualmente, a diferença é de cerca de US$ 8.

BofA

A expectativa de menor produção do Irã, que pode elevar o déficit no mercado mundial do petróleo, fez o Bank of America Merrill Lynch (BofA) elevar suas projeções para os preços do Brent e do WTI.

Para o ano que vem, o banco agora espera o Brent em US$ 80, contra US$ 75 anteriormente, e o WTI em US$ 71, frente a cálculo prévio de US$ 69.

Para os analistas da instituição, a postura dos Estados Unidos tornou-se mais agressiva em termos de sanções ao Irã, o que provavelmente fará o país cortar ainda mais sua oferta. A estimativa inicial era de uma redução em 500 mil barris por dia na produção iraniana. Agora, é de 1 milhão de barris por dia. Ao mesmo tempo, a demanda deve se manter quase a mesma que se esperava, elevando o déficit de 300 mil barris para 400 mil barris diários em 2019.

“Acreditamos que a probabilidade de um repique e consequente derrubada dos preços como o que se observou em 2008 aumentou. Nos próximos meses, as sanções ao Irã, o gargalo de infraestrutura nos EUA e o transporte marítimo de combustíveis vão provavelmente dominar o mercado de petróleo”, escreve o BofA.

Para o banco, o Brent ficará em US$ 74,10, na média, durante 2018, e em US$ 80 no fim do ano. A valorização deve continuar, na visão do BofA, até junho, quando a cotação atingiria US$ 95, em suas contas.

O WTI tem perspectiva pior. Os gargalos de exportação da commodity nos EUA, atualmente o país que mais aumenta a oferta no mundo, não devem ser resolvidos antes de um ano, aposta a instituição. Para 2018, a previsão é de média em US$ 67,30, chegando a US$ 70 em dezembro. O ponto máximo previsto pelo BofA é de US$ 80 em junho do ano que vem.

Fonte: Valor






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