A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) subiu em julho, sinalizando que os esforços do cartel para reduzir a produção de petróleo e drenar o excesso de oferta global da commodity não estão sendo suficientes.

A produção da Opep subiu em 0,5% em julho, a 32,87 milhões de barris por dia no mês passado, subindo em 172.600 barris em relação a junho. O aumento, que foi menor do que o do mês anterior, foi impulsionado pela maior produção da Líbia, Nigéria e Arábia Saudita, de acordo com o relatório mensal da Opep.

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O relatório surge em um momento em que a Arábia Saudita - o maior membro da Opep e o maior exportador de petróleo do mundo - tem pressionado outros membros do cartel para que tenham uma maior conformidade ao acordo de corte da produção.

A Opep e 10 produtores fora do cartel, incluindo a Rússia, acordaram no final do ano passado a reduzir a produção em 1,8 milhão de barris por dia em relação ao pico de outubro de 2016, com o objetivo de aliviar o excesso de oferta global e impulsionar os preços. Mas o acordo, que foi prorrogado em maio até ao final de março de 2018, não conseguiu ter um impacto significativo nos preços.

Um aumento persistente da produção dos EUA, assim como a fraca conformidade ao acordo por parte de alguns membros da Opep, manteve os preços entre US$ 45 e US$ 55 por barril durante a maior parte do último ano.

No entanto, os preços se recuperaram um pouco ao longo do último mês, em parte devido à queda do mercado acionário dos EUA. Na quarta-feira, o Departamento de Energia dos EUA (DoE) informou que as reservas de petróleo do país caíram em 6,451 milhões de barris, para 475,437 milhões, na semana que terminou em 4 de agosto.

A Opep reviu para cima as projeções de crescimento da demanda mundial de petróleo neste ano em 100 mil barris diários, dizendo que agora espera um crescimento de 1,37 milhão de barris por dia em 2017. Para 2018, a demanda mundial deverá crescer em 1,28 milhão de barris por dia em comparação com os níveis de 2017, disse o cartel.

Os contratos do petróleo reagiram pouco ao relatório da Opep. Há pouco, os contratos do WTI para setembro subiam 0,73%, para US$ 49,92 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), enquanto os do Brent para outubro avançavam 1,04%, para US$ 53,25 por barril na ICE, em Londres.

Fonte: Valor