A produção mundial de aço continua em recuperação depois de fortemente afetada pela crise econômica mundial no primeiro semestre do ano passado. O World Steel informou ontem que o mundo produziu 124 milhões de toneladas de aço bruto em maio, 3% acima de abril e 30% a mais ante o mesmo mês de 2009. Nos primeiros cinco meses foram produzidas 589 milhões de toneladas de aço bruto ou 31% acima do acumulado de 2009. Em maio, a China participou com 45% de todo o aço produzido no planeta, ou 56 milhões de toneladas, e o Brasil com apenas 2%, ou 2,8 milhões de toneladas.
Para o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, apesar de as usinas chinesas continuarem sendo uma referência global de produção de aço, a sua participação relativa nas estatísticas do World Steel tende a cair, apesar de manter números grandiosos. Isso, porque outros países estão ampliando sua produção, como é o caso dos europeus e do Brasil, que em termos percentuais apresentaram os melhores índices de crescimento de 6% e 5,5% em maio ante abril. Os países europeus produziram 16,3 milhões de toneladas ante 15,4 milhões de toneladas em abril. O Brasil, segundo os dados do World Steel e do Instituto Aço Brasil (IABr), somou 2,9 milhões de toneladas ante 2,7 milhões de toneladas em abril.
Na base de comparação maio contra maio, a produção brasileira avançou 51% e a China só 21%. "Isso sinaliza que as usinas do Brasil estão retomando a atividade. O mesmo está acontecendo com os EUA, que produziram 7,2 milhões de toneladas de aço em maio ou 66% a mais em relação a maio de 2009 e a Europa, 55%." Galdi acredita, porém, que a atual trajetória das siderúrgicas europeias pode ser atropelada pelos pacotes de corte de gastos que estão sendo implementados. "A produção de aço da região deve crescer menos a partir de julho", diz.
No Brasil, porém, a previsão de Galdi é de que a recuperação vai continuar, principalmente no mercado doméstico, impulsionada pelas obras de infraestrutura e de construção civil. As importações do produto também vão avançar por causa da concorrência de preço internacional, apesar do avanço da produção nacional. Até maio o país acumulou 13,5 milhões de toneladas de aço produzidas e 2,2 milhões de toneladas de aço importadas. As vendas internas totalizaram 8,8 milhões de toneladas até maio e as exportações, 3,5 milhões de toneladas de aço.
Fonte: Valor Econômico/ Vera Saavedra Durão, do Rio
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