O projeto Soja Livre, que visa fomentar o cultivo de soja convencional em Mato Grosso, vai se tornar uma associação ainda em 2017. A mudança tem por objetivo ampliar a abrangência da iniciativa e aperfeiçoar suas ações - que estão sendo remodeladas, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), responsáveis atualmente pelo projeto.
“Apesar da mudança, manteremos a Aprosoja e a Embrapa na coordenação, em parceria com produtores de sementes e empresas. O foco continua o mesmo: garantir que haja possibilidade de escolha no mercado da sojicultura brasileira”, diz, em nota, o presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin.
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Com a predominância da soja transgênica nas lavouras brasileiras, os compradores da “soja livre” pagam um prêmio pelo produto diferenciado, que vem sendo demandando de forma crescente pelos mercados europeus e asiáticos. Atualmente, esse prêmio está, em média, em R$ 12 por saca.
Apesar da rentabilidade, o cultivo de soja convencional esbarra em dois desafios. O primeiro é dispor da estrutura necessária para produção, armazenagem e transporte da “soja livre”, uma vez que precisa ser segregada da variante geneticamente modificada. “Essa estrutura implica custos adicionais, cujo monitoramento não é feito hoje de forma detalhada”, comenta Dalcin.
Para resolver o problema, o projeto solicitou ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) que passe a fazer o levantamento dos custos de produção e da estimativa de safra de soja convencional em Mato Grosso. “Temos dados conflitantes hoje, e sabemos da importância de dispormos de informação qualificada para ajudar os produtores em sua tomada de decisão”, afirma Dalcin.
O segundo desafio é encontrar sementes convencionais disponíveis. “E é por isso que o Soja Livre precisa da participação das sementeiras. É uma iniciativa integrada”, observa também na nota Roseli Giachini, doutora em Fitopatologia e coordenadora do projeto na Aprosoja.
Além da Aprosoja e da Embrapa, são parceiros do Soja Livre as empresas Caramuru, Imcopa, Amaggi, Aprosmat, BS&A (bolsa de sementes e agronegócios), Cooperativa de Desenvolvimento Agrícola (Codeagri), Sementes Ypameri, Sementes Faita, Agronorte, Sementes Arco-Íris, Fertivale e o Instituto Mato-grossense do Algodão (Imea).
Fonte: Valor