Rossi ‘operava’ com Temer no Porto de Santos, diz Joesley

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Dois executivos que já foram ligados ao Porto de Santos são citados na delação premiada do empresário Joesley Batista, que deu origem à mais recente crise política brasileira. De acordo com o executivo do Grupo JBS, o ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Wagner Rossi afirmou que “era afilhado político de Michel Temer e operava com ele no Porto de Santos”.

Wagner Rossi ocupou o cargo de presidente da Codesp entre 24 de abril de 1999 e 9 de novembro de 2000. Neste período, o hoje presidente Michel Temer atuava como presidente da Câmara dos Deputados e presidente nacional do PMDB, em São Paulo.


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No relato de Batista, o empresário não especifica que operações Rossi realizava com Temer no cais santista.

Na delação, o executivo do Grupo JBS também citou o chefe de gabinete da Presidência da Codesp na época de Rossi, Milton Elias Ortolan. De acordo com Batista, Rossi e Ortolan receberam mensalinhos de R$ 100 mil e R$ 20 mil, respectivamente. Os pagamentos teriam sido feitos após a saída dos dois da Docas.

Em sua delação, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Joesley Batista afirmou que conheceu o presidente da República, Michel Temer, por intermédio de Rossi. Foi na época em que o ex-presidente da Codesp atuava como ministro da Agricultura, em abril de 2010, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O dono da JBS declarou que logo nas primeiras interações, Rossi expôs sua ligação com Temer. E informou que o pagamento de “mensalinhos” só foi iniciado anos mais tarde, quando Rossi deixou a pasta da Agricultura. Joesley, no entanto, destacou que os recursos foram entregues a pedido do presidente Michel Temer

Procurado, Rossi não respondeu aos questionamentos da Reportagem. Mas, em comunicado à imprensa, admitiu ter conhecido o empresário Joesley Batista durante o período em que foi ministro da Agricultura, entre abril de 2010 e agosto de 2011. Ele destacou que prestou “colaboração remunerada” à companhia após deixar o cargo e passar pelo período de quarentena.

“Logo após deixar o ministério, Joesley me procurou e ofereceu para que eu fosse trabalhar com ele. Nessa oportunidade, agradeci o convite e declinei, pois estava cumprindo quarentena”, disse. “Depois do prazo legal, prestei colaboração remunerada a uma das empresas do Grupo JBS”, completou Rossi.

O ex-ministro da Agricultura ainda se referiu a Joesley como “um grande empresário do setor, de trato cordial” e admitiu que ele demonstrou interesse em conhecer Michel Temer, então presidente do PMDB. “Não vi problema nisso”, afirmou.

Rossi relatou ainda: “O texto da delação não diz que eu tenha participado de reunião para tratar de qualquer ilícito”. “Encerrei minha atividade pública e estou aposentado há quase seis anos”, conclui.

A Reportagem não conseguiu localizar Milton Ortolan. Mas, em entrevista à emissora de TV EPTV, o ex-secretário do Ministério da Agricultura negou o recebimento do mensalinho e disse que fez um trabalho de consultoria para a empresa Eldorado, do grupo JBS, entre março de 2012 e março de 2013. Para isso, ele recebeu o valor de R$ 15 mil.

Impactos do Escândalo

Há uma semana, a divulgação da delação de Joesley Batista caiu como uma bomba no Palácio do Planalto. Além das denúncias de pedidos de propinas, o empresário apresentou uma gravação, usada como motivo do pedido de impeachment do presidente da República. Nela, Temer teria dado o aval para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha.

A notícia surgiu menos de 10 dias após o clima de otimismo que atingiu o setor portuário, com a publicação do Decreto dos Portos (nº 9.048), que modernizou o marco regulatório e criou um ambiente mais atrativo para novos investimentos. 

Fonte: A Tribuna






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