O preço do barril do petróleo (Brent) subiu 3% ontem, para US$ 81,20 - maior valor desde novembro de 2014. No ano, a alta chega a 21,43%. Expectativa de menor produção no Irã e na Venezuela, problemas dos Estados Unidos para exportar e a baixa disposição da Opep e seus aliados, como a Rússia, para aumentar a oferta provocaram a alta. "O equilíbrio do mercado está muito precário e a falta de capacidade excedente pode fazer o preço chegar a US$ 90 ou até US$ 100, caso o risco potencial se materialize", diz o Citi em relatório. "Seria necessária uma intervenção cuidadosa da Rússia, da Arábia Saudita e dos EUA, em conjunto, para manter o mercado equilibrado".
A pouco mais de três meses do fim do governo Temer e em meio às incertezas políticas relacionadas à sucessão presidencial, representantes do setor de óleo e gás e membros do atual governo saíram em defesa, ontem, da continuidade dos leilões de petróleo nos próximos anos. Na abertura da Rio Oil & Gas, principal evento da indústria petrolífera no país, coube ao diretor-geral da ANP, Décio Oddone, fazer acenos ao mercado, em um cenário muito diferente da euforia de dois anos atrás, última edição do evento.
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Oddone defendeu as regras de transparência na formação dos preços dos combustíveis propostas pela ANP. "Só vamos conseguir criar a indústria que queremos se o setor atuar com legitimidade frente à sociedade. A transparência e a competição podem contrariar interesses de curto prazo, mas no longo prazo não há outra solução para que o setor tenha legitimidade", disse ele.
Fonte: Valor