A implantação da tabela de preços mínimos para o frete de carga chegou a inviabilizar o embarque de produtos da Josapar, uma das maiores beneficiadoras de arroz e feijão do país, nos últimos meses. A fabricante do arroz com a marca Tio João e do feijão Meu Biju atende todo o país, com fábricas em Pelotas (RS), Itaqui (RS) e Recife (PE).

Ao Valor, o gerente da Josapar, Rodrigo Gross, afirmou que os valores praticados por transportadores autônomos e empresas subiram em proporção impossível de ser repassada aos consumidores. Questionado, o executivo não quis revelar o impacto financeiro do tabelamento dos fretes para a empresa, e tampouco o percentual de elevação dos custos.

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“Essa questão terá inevitavelmente que ser repassada ao preço do produto em algum momento, justamente quando a economia freia um pouco o consumo”, disse Gross, que participa do VI Fórum Brasileiro do Feijão e Pulses, em Curitiba (PR).

A Josapar está estudando como minimizar a questão, mas por enquanto não está na pauta da empresa comprar uma frota própria. “Agora, não temos o que fazer. Vamos esperar a publicação da tabela no fim do mês. Para uma atuação nacional como a nossa, a situação é bastante complexa”, lamentou.

Apesar da crise econômica, a Josapar aposta que, nos próximos anos, haverá um consumo de arroz e feijão nas versões prontas e/ou com valores nutricionais superiores.

“Nos últimos cinco anos, começaram a surgir esses produtos e acredito que a expansão do mercado de arroz e feijão se dará por aí”. O executivo é reticente em dizer investimentos e ou explicar mais sobre a estratégia da empresa.

Com ações listadas na B3, a Josapar teve um lucro líquido de R$ 2,5 milhões no primeiro trimestre fiscal deste ano, queda de 11,6% na comparação com o R$ 2,8 milhões do mesmo período de 2017. A receita líquida da companhia caiu 5,5% na mesma comparação, passando de R$ 216,04 milhões para R$ 204,12 milhões.

Fonte: Valor