Temer e Evo querem projeto de corredor bioceânico

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Os presidentes Michel Temer e Evo Morales devem anunciar hoje, durante visita oficial do boliviano a Brasília, um memorando de entendimentos para uma futura ligação ferroviária entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Trata-se do primeiro passo para a realização de estudos que permitam integrar as malhas do Brasil e da Bolívia, levando os trilhos até os portos do Chile.

À primeira vista, é um projeto mais modesto e com menos alarde do que a ferrovia bioceânica anunciada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2013, com recursos chineses e saída por um porto no Peru. As dificuldades de construção e a exigência de um alto volume de investimentos acabaram colocando os planos na gaveta. De qualquer forma, o que os dois presidentes divulgam agora é uma mera declaração de intenções, sem nenhuma definição concreta ainda.


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A visita de Evo foi adiada, por duas vezes, devido aos problemas de saúde de Temer. Nos bastidores, comenta-se que os bolivianos se empenharam em reagendá-la o quanto antes, demonstrando grande interesse na reaproximação entre os países.

Há conveniência política para ambos na visita. Temer consegue o primeiro aperto de mãos com um líder do chamado "eixo bolivariano", que vinha tratando o impeachment de Dilma como golpe parlamentar. A Bolívia chegou a convocar seu embaixador no Brasil para consultas, em um gesto de insatisfação no código da diplomacia, no que foi imediatamente retribuído pelo Itamaraty. Ambos recuaram cerca de duas semanas mais tarde.

A agenda bilateral não teve nenhuma ruptura, segundo funcionários importantes do governo brasileiro, que apontam a aproximação como mutuamente benéfica. "Dois países com uma fronteira terrestre mais extensa do que entre os Estados Unidos e o México não podem se ignorar", afirma um diplomata experiente.

Haverá a assinatura de um acordo de cooperação policial justamente para combater o crime organizado na fronteira. Já a renovação do acordo de suprimento do gás boliviano para o Brasil não deve ter avanços decisivos. A ideia do Itamaraty e do Palácio do Planalto é não politizar essa questão. O acordo expira em 2019 e o quadro é bem diferente de quando ele foi assinado: o Brasil, com o pré-sal, tornou-se grande produtor de gás natural.

Fonte: Valor






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