Vendas de minério de ferro e pelotas da Vale têm recorde; níquel decepciona

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As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale bateram recorde para um primeiro trimestre neste ano, apesar do recuo da produção em minas de menor qualidade no período, informou a mineradora nesta segunda-feira, o que deverá trazer impactos positivos para os resultados financeiros da empresa, segundo analistas de mercado.

A maior produtora e exportadora global de minério de ferro vendeu 84,3 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, alta de 6,4 milhões ante o mesmo período do ano passado.


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A Vale havia postergado algumas vendas de outubro a dezembro de 2017 para o primeiro trimestre deste ano, em busca de melhores resultados, para se ajustar a um ambiente de demanda mais fraca na China, seu principal cliente, lembrou o Itaú BBA, em relatório a clientes nesta segunda-feira.

Além disso, a produção da Vale no primeiro trimestre costuma sofrer com impactos de chuvas.

“As vendas do trimestre superaram os números da produção no primeiro trimestre, reforçando a flexibilidade da empresa, com a otimização da realização de preços”, disso o Itaú BBA.

As vendas de minério de ferro somaram 71,221 milhões de toneladas nos três primeiros meses do ano, alta de 9 por cento ante o mesmo período do ano passado e queda de 10,9 por cento ante o quarto trimestre.

Em contrapartida, a produção de minério de ferro da empresa caiu 4,9 por cento no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2017, para 81,95 milhões de toneladas, devido principalmente à decisão de reduzir a produção de produtos de menor qualidade e a chuvas mais intensas que as usuais, segundo a Vale.

Na comparação com o quarto trimestre de 2017, a produção caiu 12,2 por cento.

“Esperamos um forte primeiro trimestre, com preços da commodity mais altos, compensando volumes sazonalmente mais fracos”, disseram analistas do Itaú BBA, prevendo um Ebitda de 4 bilhões de dólares para a Vale entre janeiro e março.

O resultado financeiro da Vale no primeiro trimestre será publicado em 25 de abril.

Adicionalmente, a mineradora reforçou seu compromisso com a maximização de margens sobre volumes, reduzindo a produção em minas de menor qualidade, em busca de melhor realização de preços.

A corretora Clarksons Platou Securities pontuou em um relatório a clientes que a mesma estratégia vem sendo buscada pelas cinco principais produtoras de minério de ferro do mundo. Além disso, destacou que a empresa confirmou sua previsão para produção de todas as commodities, com a exceção de carvão, que recebeu uma leve redução.

QUALIDADE MAIOR

A Vale destacou que o seu mix de vendas melhorou, como resultado do desenvolvimento da mina S11D, no Pará, e da decisão de reduzir progressivamente a produção de minério de baixa qualidade.

A mina de ferro S11D, que entrou em operação comercial no início do ano passado, é o maior empreendimento da companhia.

A participação da venda de pelotas, finos de Carajás e minério blendado aumentou para 76 por cento no primeiro trimestre, contra os 67 por cento sobre as vendas totais no mesmo período do ano passado.

Consequentemente, apontou a Vale, o mix de vendas dos produtos da Vale alavancou o impacto do prêmio de mercado, levando a um aumento na qualidade e prêmio médio do preço “CFR/FOB wmt” realizado, que totalizou 5,2 dólares por tonelada no primeiro trimestre deste ano, ante 2,3 dólares no primeiro trimestre de 2017.

O Sistema Norte, que compreende Carajás e S11D, alcançou produção recorde para um primeiro trimestre de 40,6 milhões de toneladas, alta de 4,6 milhões de toneladas ante o mesmo período de 2017 e queda de 6,1 milhões de toneladas em relação ao quarto trimestre.

Já o Sistema Sudeste, que compreende os complexos de Itabira, Minas Centrais e Mariana, produziu 22,2 milhões de toneladas no primeiro trimestre, queda de 6 milhões de toneladas ante o mesmo período do ano passado, como resultado da redução da produção de minas de menor qualidade e do impacto das chuvas.

“Alinhado com o posicionamento da Vale como produtora ‘premium’ e flexível, a planta de Timbopeba voltou a operar no fim do primeiro trimestre de 2018 e sua produção futura irá melhorar a qualidade dos produtos do Sistema Sudeste”, disse a empresa.

NÍQUEL E COBRE

No entanto, o JP Morgan ponderou que o desempenho “sólido” do lado do minério de ferro foi ofuscado por um fraco desempenho da divisão de metais básicos.

“Quanto aos metais básicos, o trimestre viu uma produção e vendas substancialmente menores, principalmente porque a empresa está fechando as minas não competitivas e diminuindo explicitamente a produção para prolongar a vida útil da mina”, disse o relatório do JP.

As ações da empresa operavam em queda de 1,3 por cento, por volta das 15h45.

A produção de níquel da mineradora Vale caiu 17,9 por cento no primeiro trimestre, para 58,6 mil toneladas, como reflexo de um processo que busca maiores retornos e que resultou na redução do ritmo da unidade canadense de Voisey’s Bay para estender a vida da mina, afirmou a companhia.

A maior parte da produção de níquel da Vale, uma das maiores produtores globais de metal, vem do Canadá, onde a companhia atua ainda em Sudbury e Thompson.

As vendas de níquel da mineradora, por sua vez, somaram 57,9 mil toneladas entre janeiro e março, queda de 19,7 por cento ante o mesmo período do ano passado, refletindo um menor volume de produção.

No caso do cobre, a produção do primeiro trimestre da Vale alcançou 93,3 mil toneladas, uma queda de 13,2 por cento ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 17,8 por cento ante o quarto trimestre de 2017, devido a paradas de minas não competitivas e para manutenção.

As vendas de cobre da Vale também caíram nas duas comparações, com um recuo maior, de 20,8 por cento, em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Fonte: Reuters






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