A Venezuela fechou acordos com pelo menos sete empresas de serviços, que assumiriam a operação de campos petrolíferos em troca de subsídios para elevar a produção, disseram à Reuters duas fontes do setor e um documento interno. Por esses convênios, o governo Nicolás Maduro estabelece que a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) concederá a terceiros o desenvolvimento dessas áreas. Esse esquema é muito semelhante a um que foi suspenso por Hugo Chávez, que argumentava que o Estado ganhava pouco com isso.
Maduro participou, em 28 de agosto, da assinatura de "acordos de serviços conjuntos" no Palácio do Governo, no que classificou como tentativa de recuperar a produção do país. Com isso, ele se distancia da política de Chávez, que aumentou o papel do Estado no setor petrolífero.
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A PDVSA entrará com o investimento inicial, estimado em US$ 430 milhões, e pagará "uma tarifa", afirmou no evento o ministro do Petróleo, Manuel Quevedo, sem dar mais detalhes.
GOVERNO E EMPRESAS NÃO COMENTAM
Foram fechados acordos com sete companhias, uma da China. Também há cinco venezuelanas: Petrokariña, Enfriadores de Venezuela, Consorcio Rinoca Centauro Kariña, Well Services Cavallino e Consorcio Petrolero Tomoporo. Elas, porém, não têm, ao que se saiba, experiência na operação de campos de petróleo e devem buscar apoio técnico e financiamento. Isso será difícil, tendo em vista as sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos à Venezuela.
Por meio desses convênios, a PDVSA entregou dois campos que já foram operados pela italiana Eni e pela francesa Total.
O documento aponta ainda que as empresas receberiam entre 30% e 35% das receitas para investir no aumento da produção. A PDVSA fez os cálculos levando em conta cenários com o barril entre US$ 40 e US$ 80.
Fontes a par das discussões afirmam que o rascunho foi a base para os contratos fechados em agosto.
Na década del 90, a Venezuela atraiu grandes petroleiras com "convênios de operação", que delegavam às empresas a produção de petróleo em troca de uma parte dos barris. Mas, na era Chávez, elas foram obrigadas a se associarem à PDVSA para operar os campos.
A PDVSA, o Ministério da Informação e as empresas não responderam às perguntas da Reuters.
Fonte: O Globo