´O Ceará precisa do estaleiro´, rebate Cid

"O Ceará precisa de um estaleiro", assim reagiu o governador Cid Gomes, à afirmação do coordenador de Planejamento da Prefeitura, José Meneleu, sobre o empreendimento ser estratégico para o Ceará e para o Brasil, como um todo, mas que sob o ponto de vista de Fortaleza não seria interessante. "Não que isso seja a salvação de todos os nossos problemas, mas é um setor que usa mão-de-obra de forma intensiva", justificou o governador ao lembrar as oportunidades de geração de emprego e renda para os cearenses.
"Esse projeto gera 1.500 oportunidades diretamente e indiretamente estima-se de quatro a cinco mil oportunidades. Boa parte delas pode ficar aqui. Mas isso, na minha cabeça, na minha visão, é só um começo", argumentou Cid ao lembrar a tendência de expansão da indústria naval que se consolida no País.
"O Brasil até então comprava tudo o que precisava. E nós temos grandes clientes como a Petrobras e a vale, além da expansão dos negócios agrícolas, do potencial de mineração brasileiro e, agora, com o pré-sal, o potencial de produção de petróleo. Então tudo isso tende a nos tornar um cliente muito mais forte no mundo e ao invés de a gente comprar de fora, a gente pode comprar aqui. Essa tem sido a política do governo, estimular que esses navios sejam feitos aqui no Brasil", declarou o governador na manhã de ontem, em Fortaleza, logo após participar de um encontro com um grupo de empresários cearenses para debater o desenvolvimento do Ceará para os próximos 30 anos.
"Esse estaleiro não é um de grande porte, mas se a gente entra na atividade, a gente vai ficar em condições mais competitivas para atrair outros de maior porte. Hoje estamos falando em 1.500 empregos, mas em um horizonte de médio prazo estamos pensando em cerca de 20 mil empregos. E aí o Brasil precisa de 20 mil empregos. O Ceará precisa desesperadamente de 20 mil empregos e Fortaleza tem grandes necessidades de empregos", enfatizou Cid.
Prazos
Questionado quanto ao prazo estabelecido pela Transpetro para a assinatura do contrato com o consórcio investidor para a construção do oito navios gaseiros, o que implica na construção do estaleiro, o governador do Ceará foi taxativo em afirmar que a parte do Estado está sendo feita. "A minha parte é a minha parte, eu respondo pelas coisas do Estado. O Estado tem o compromisso de, compreendendo a importância do empreendimento, de que isso vai gerar oportunidade de trabalho e de renda para milhares de cearenses, assumir o compromisso de dar o mesmo tratamento fiscal que Pernambuco deu no caso de empreendimento semelhante e ajudar com investimentos em infraestrutura, coisa que a gente tem feito em praticamente todos os grandes empreendimentos que são atraídos para o Ceará", disse. Sobre a prioridade dada pelos investidores para que o Estado venha a abrigar o projeto, o governador Cid Gomes comemorou: "qualquer empresário disposto a investir aqui a gente deve é homenagear, tratar bem", argumentou o gestor.
Impactos não estão claros
Segundo o empresário Carlos Matos, ex-secretário de Estado, presente ao encontro, o governador Cid Gomes fez uma enquete com todos os empresários sobre o empreendimento.
"Mas não foi consenso. Acho que ainda há preocupações ambientais, que não foram esgotadas todas as dúvidas a esse respeito. Um empreendimento que gera emprego ele é sempre bem-vindo, mas hoje é preciso conciliar não só a questão ambiental, mas todo um plano de desenvolvimento urbano, o impacto sobre a cidade", avaliou Matos.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/ANCHIETA DANTAS JR./ÂNGELA CAVALCANTE



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