Em palestra na NN Logística 2025, gerente executivo do Basa detalhou segmentação do banco, ampliação de linhas de crédito e recursos internacionais para fomentar infraestrutura, com foco especial na indústria naval fluvial da região amazônica
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O gerente executivo de pessoa jurídica do Banco da Amazônia (Basa), Luiz Lourenço, apresentou, durante a NN Logística 2025, na última semana, um ambicioso plano de financiamento para a região Norte, com projeção de aplicar até R$ 25 bilhões em crédito até o fim de 2025. O foco são os setores de logística, transporte e indústria naval fluvial — considerados estratégicos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Segundo Lourenço, o banco opera atualmente com recursos do FNO, BNDES, FDA e instituições internacionais como o Banco Mundial e a AFD, com linhas que incluem capital de giro, investimentos e financiamento para modernização e transição energética.
Durante a palestra, na última quarta-feira (7), Lourenço ressaltou que o Banco da Amazônia responde por cerca de 64% do financiamento de negócios na região, incluindo indústrias navais, estaleiros e projetos logísticos. Ele destacou o papel crucial do agronegócio, que impulsiona a demanda por embarcações, terminais fluviais e infraestrutura de escoamento. A nova estrutura organizacional do banco, baseada em segmentação geográfica e de perfis de clientes, permitirá maior agilidade na liberação de crédito, com esteiras específicas para pequenas, médias e grandes empresas.
O gerente destacou que, com taxas atrativas — variando de 3,26% a 9,24% ao ano — e prazos adaptados à realidade produtiva da Amazônia, como operações casadas com o calendário de safra, o banco promete apoiar tanto investimentos estruturantes quanto capital de giro. Além disso, Lourenço anunciou que o banco já assinou compromissos de financiamento e termos com estaleiros e fornecedores de equipamentos para construção e modernização de embarcações, muitos deles com foco em energias renováveis e motores de baixo impacto ambiental.
Outra novidade destacada foi a aproximação com organismos internacionais: o banco já assinou contratos com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e está em fase avançada de tratativas com o Banco Mundial e o BID. Esses recursos reforçarão a capacidade de fomento do banco, principalmente para projetos com viés sustentável, alinhados à nova indústria brasileira e à agenda climática global, incluindo os desdobramentos da COP30 na Amazônia.
Lourenço também explicou o fluxo de crédito da instituição, que pode levar de 45 a 180 dias entre a análise do cadastro e a liberação dos recursos, dependendo da complexidade do projeto. Empresas com projetos acima de R$ 20 milhões devem iniciar com carta-consulta, podendo inclusive acessar empréstimos-pontes enquanto a proposta principal é avaliada. A apresentação terminou com um apelo à parceria entre governos, empresas e instituições financeiras para garantir a execução de projetos estruturantes que levem desenvolvimento econômico e social à região Amazônica.