Brasil entra na era do petróleo

Em profundidade que pode chegar a 7 mil metros abaixo do nível do mar, numa faixa de 200 quilômetros de largura que se estende do Espírito Santo à Santa Catarina, a natureza formou petróleo abaixo de camadas de sal que têm até 2 mil metros de espessura. O processo geológico de formação das reservas do chamado pré-sal, cujo potencial provado os técnicos da Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima estimam em cerca de 14 bilhões de barris, durou algo em torno de 100 milhões de anos. Agora, é chegada a hora de transformar esse potencial em riqueza e progresso para o País.
"Não temos nenhuma interface com todos os municípios brasileiros, até porque são muitos, mais de 5 mil. Mas evidentemente que nos grandes projetos sempre há espaço para a participação de todo o Brasil. Estamos, aliás, neste momento discutindo os investimentos que faremos. E estamos constantemente dialogando com os municípios", diz o presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, à reportagem de O Diário. O jornal acompanhou em 1º de dezembro, na Universidade de São Paulo, a inauguração do Tanque de Provas Numérico (TPN), laboratório que simula ondas que ocorrem em alto mar.
Atento às oportunidades que a extração do petróleo da camada pré-sal vai gerar, o Governo do Estado de São Paulo quer fazer com que, se não todos, ao menos grande parte dos 645 municípios participe da cadeia produtiva. "Para isso, nós criamos em setembro de 2008 uma comissão especial de petróleo e gás, que trabalha para internalizar os benefícios econômicos e sociais das atividades de exploração e produção, atender às demandas da cadeia produtiva do setor, fortalecer e qualificar o parque industrial paulista e ampliar a pesquisa e inovação tecnológica", explica o secretário-adjunto de Estado do Desenvolvimento, Luciano Santos Tavares de Almeida.
Os municípios paulistas também entendem que podem abocanhar um quinhão dos negócios que serão gerados pelas novas demandas exigidas pela exploração de combustível abaixo da camada de sal que recobre o Oceano Atlântico. O prefeito de Suzano, Marcelo de Souza Candido (PT), aposta que a Região do Alto Tietê poderá colaborar no processo fornecendo profissionais, o que poderá diminuir o desemprego.
"Muito da capacidade de busca de riqueza na camada do pré-sal das plataformas virá para esta região litorânea. E isto gerará uma contratação grande de mão de obra. Serão milhões de empregos gerados apenas na fase inicial deste empreendimento e, com certeza, a população de Suzano, de Mogi [das Cruzes], Itaquaquecetuba e Ferraz [de Vasconcelos] poderá ter um benefício de mercado de trabalho que vai ser aberto", diz Candido em reportagem publicada no mês passado no Diário de Suzano.
À mesma fonte, Candido explica que a distância em que os municípios do Alto Tietê se encontram em relação às cidades do litoral paulista – Mogi, por exemplo, dista cerca de 70 quilômetros de Bertioga – não impede que eles participem do novo mercado que se abre. Suzano, que a partir do ano que vem contará com uma universidade, quer se transformar em referência nacional na qualificação de profissionais para o pré-sal. O prefeito diz que a Universidade Piaget passará a formar, em 2014, engenheiros de petróleo e gás. "O curso, de certa forma, atrai uma base de produção intelectual importante aqui. Isto estabelece para a Cidade uma posição estratégica." Procurado para discutir o assunto, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação Social, o petista recusou-se a atender ao pedido de entrevista solicitado por O Diário.
Responsável pelo plano de expansão de dutos que passam por cinco das dez cidades do Alto Tietê (Santa Isabel, Biritiba Mirim, Mogi, Suzano e Guararema), o presidente da Petrobrás Transporte Sociedade Anônima (Transpetro), Sérgio Machado, afirma que os municípios paulistas serão beneficiados, de uma forma ou outra, pela descoberta do pré-sal. "Queremos gerar emprego e renda para o desenvolvimento do Brasil. A oportunidade chegou e vamos lutar muito para que não a desperdicemos." (Fonte: O Diário de Mogi/EVALDO NOVELINI)

 

 

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