É difícil preencher vaga com mão de obra especializada

Escassez de profissionais bem capacitados volta a preocupar companhias
A escassez de mão de obra especializada voltou a preocupar grandes empresas. Depois de atingir a construção civil e a indústria naval, a falta de profissionais alcança os segmentos automobilístico, ferroviário, moveleiro e siderúrgico, além de transportes e serviços, aponta pesquisa da Fundação Dom Cabral.
Conforme levantamento nas 76 maiores companhias, 67% têm enfrentado dificuldade na contratação de funcionários, apesar dos 8 milhões de desempregados no Brasil.
– Somos o país das disparidades: há dinheiro para investir, mas a mão de obra especializada está cada vez mais escassa – observa Paulo Resende, responsável pelo estudo.
A questão, adverte Resende, pode se transformar num gargalo perigoso – a exemplo da infraestrutura – para o crescimento sustentável do país. Algumas companhias estão importando mão de obra de países da América Latina, conta o professor:
– No setor de petróleo, trazem profissionais da Venezuela; no agronegócio, de Argentina, Uruguai e Paraguai.
A alternativa tem sido estudada pela indústria de móveis, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná (Simov), Aurélio Sant’Anna:
– Há 10 anos, qualquer pessoa poderia trabalhar em nossas empresas. Hoje, é preciso saber ler manuais sofisticados e lidar com a eletrônica.
Na sua empresa, Sant’Anna diz não conseguir cumprir a meta de contratar apenas funcionários com Ensino Médio completo:
– Temos uma boa encrenca. Por isso, há uma possibilidade de contratar pessoas da Argentina e do Uruguai.
Até pela restrição de recursos a programas financiados pelo governo, grandes empresas decidiram criar seus próprios programas de treinamento. Outras apostam em convênios com universidades para formar profissionais.
Qualificação própria é alternativa de empresas
Na Vale, com projetos de US$ 13 bilhões neste ano, a saída foi montar um curso de pós-graduação que capacita engenheiros para as áreas de pelotização, ferrovia, portos e mineração. Depois de três meses de estudo integral, com bolsa de R$ 3 mil mensais, podem ser contratados.
Sem profissionais capacitados pelos anos de abandono do setor ferroviário, a América Latina Logística (ALL) criou uma universidade para qualificar jovens para cargos na concessionária de ferrovia.
São Paulo
Causas e efeitos
- O Codefat pediu R$ 1 bilhão para qualificação de trabalhadores neste ano, mas foi contemplado, no orçamento da União, com apenas R$ 226 milhões, frente a R$ 300 milhões em 2009.
- De 2010 a 2013, as despesas com seguro-desemprego devem crescer 45%, em parte por causa da correção do valor do benefício, atrelado ao salário mínimo.
- O abono salarial, outra despesa bancada pelo FAT, poderá dobrar o desembolso no mesmo período, segundo estimativa dos técnicos.
- Cerca de 40% do orçamento do fundo é repassado para os cofres do BNDES, como prevê a Constituição. Essa transferência é considerada por alguns como um empréstimo, ou seja, os recursos vão retornar, e por outros como uma despesa – o dinheiro, na prática, não está disponível.
R$ 18,7
bilhões
é a previsão oficial do Ministério do Trabalho para o resultado positivo do FAT até 2013

Fonte: Zero Hora

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