Lima diz que China estará nas próximas rodadas da ANP

RIO DE JANEIRO - Depois de anos ausentes nas rodadas de licitações de blocos de petróleo no Brasil, as petroleiras da China não ficarão de fora do primeiro leilão com áreas do pré-sal, ainda a ser agendado, e podem também participar da 11a rodada, com áreas tradicionais, que deverá ficar para 2011.
Recém-chegado de uma viagem de nove dias ao gigante asiático, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Haroldo Lima, já dá como certa a participação das estatais chinesas nos próximos leilões da ANP, e vê também boas perspectivas para outros investimentos no Brasil, como refinarias.
"Os chineses manifestaram muito interesse e querem entender as regras do jogo. Fui lá falar sobre as nossas regras, o novo marco, explicar como são as coisas", disse Lima à Reuters.
Ele se disse pessimista entretanto sobre a realização da 11a rodada este ano, devido às eleições presidenciais do segundo semestre e a demora para aprovar as áreas já escolhidas pela ANP.
"Fizemos cálculos e vimos que (o tempo) está apertado", disse Lima, informando que as áreas escolhidas pela ANP, "que vão da bacia do Recôncavo (BA) pra cima, mas em terra, águas rasas e profundas", serão avaliadas na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho.
"Vai chegar perto do Natal, e por ai não dá", explicou o executivo lembrando que existiam ainda vários prazos legais para a realização dos leilões. 2009 foi o primeiro ano, desde 1999, que o Brasil não realizou leilões de áreas de petróleo.
OLHO NO BRASIL
Lima foi à China a convite do diretor-geral da Administração Geral de Energia do país, Zhan Guobao. Ele participou da Conferência Brasil-China para Promoção de Investimentos, na qual estava também o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa.
Ele avalia que os chineses estão em um estágio de entender o setor de energia no Brasil para ampliar atuação.
"Eles querem saber como entram aqui", ressaltou o executivo. "Eles já estão fazendo negociações de farm in/farm out (compra de participação em blocos)... Eles querem comprar de quem quiser vender, fui explicar as regras de como podem fazer isso", disse.
A visita do presidente chinês, Hu Jintao, ao Brasil, na próxima semana, dará prosseguimento à aproximação das estatais chinesas com a ANP, segundo Lima, que já programa mais uma reunião com Zhan Guobao.
Para Lima, Brasil e China possuem complementaridades, apesar de algumas diferenças culturais. Sempre muito educados, os chineses não deixaram de criticar, no entanto, a demora na obra do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste), que recebeu capital chinês e foi inaugurado no final de março.
"Fui brindar ao Gasene. Eles brindaram, bateram palmas, mas não deixaram de observar delicadamente que (a obra) já podia ter sido inaugurada dois anos atrás", observou Lima.
Outro obstáculo que terá que ser contornado é a determinação de serem investidores majoritários em refinarias, por exemplo, o que impede uma sociedade nas novas refinarias Premium da Petrobras.
"Eles querem ser parceiros majoritários e eu mostrei que a Petrobras não faz isso, o que precisa é eles colocarem a refinaria deles aqui, com parceiros brasileiros que se disponham a ser minoritários".
Segundo Lima, a idéia é de que eles construam uma refinaria para exportar gasolina para a China, que já seria exportada misturada ao etanol brasileiro.
"Eles refinariam nosso petróleo, juntariam o petróleo com etanol na base e importariam a gasolina brasileira já misturada de etanol, eles acharam uma idéia muito boa e estão discutindo", revelou.
Lima lembrou que a China tem 660 bilhões de dólares para investir no mundo, e que apesar do fluxo comercial entre o Brasil e a China ter pulado de 1,5 bilhão de dólares em 1999 para 36 bilhões de dólares no ano passado, apenas 7 por cento vem do setor de petróleo.
"Tem um largo caminho a explorar aí e a visita do presidente (da China) é uma prova do interesse em consolidar os negócios em andamento", afirmou.
DINHEIRO PARA PETROBRAS
Presente no mesmo evento que o diretor da Petrobras, Almir Barbassa, Lima comentou que a China poderá emprestar mais 10 bilhões de dólares para a estatal brasileira em troca de importações de petróleo, a exemplo do que já fez no ano passado.
"O banco de fomento chinês já emprestou 10 bilhões de dólares e está em cogitação um novo empréstimo, também de 10 bilhões em troca de petróleo", informou Lima sobre notícia negada pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, no final de março, mas que tem circulado no mercado.

Fonte: Reuters

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