MG reabre briga por fábrica de fertilizantes da Petrobras

A interferência pessoal do governador mineiro Aécio Neves (PSDB) fez com que a Petrobras aceitasse reavaliar a localização da fábrica de fertilizantes nitrogenados (amônia e ureia) que, de acordo com anúncio recente, seria construída no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento mineiro, Sérgio Barroso, Aécio escreveu uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra ao presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, informando que seu governo estava disposto a construir, por meio de um consórcio provavelmente liderado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), uma ramal do gasoduto Brasil-Bolívia de 817 quilômetros ligando São Carlos (SP) a Uberaba (MG). Diante da disposição do governo mineiro de bancar o investimento de infraestrutura, avaliado em R$ 1,3 bilhão, Lula teria determinado que a Petrobras aceitasse ouvir o governo mineiro antes de tomar sua decisão. A reunião para a apresentação de uma proposta do governo de Minas deve ocorrer ainda este mês. A decisão técnica ficará a cargo da diretora de gás e energia da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster. A executiva lembrou que há outra possível fábrica em estudo e estabeleceu uma condicionante para a realização do investimento. "Essas plantas terão uma característica fundamental essencial. Não deverá ser feito nenhum investimento em infraestrutura para viabilizá-las". Para a instalação das duas novas fábrica de fertilizantes, que deverão produzir 1 milhão de toneladas e processar 2,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, a estimativa, em meados do ano, era de um aporte de US$ 2 bilhões. A diretora afirmou que a Petrobras já começou a preparar o projeto básico da planta. "Vai levar aí um ano para esse estudo ser feito e confirmar a viabilidade ou não desse projeto. Nós estamos considerando duas possibilidades e a tomada de decisão será somente quando vierem os valores posteriores ao projeto básico", disse. Há cerca de um mês, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, chegou a anunciar que a nova fábrica iria para Mato Grosso do Sul. O investimento chegou ser confirmado em entrevista coletiva para a imprensa de Mato Grosso do Sul pelo governador André Puccinelli (PMDB), mas a Petrobras não quis se manifestar na ocasião. No início do ano, a empresa divulgou um plano de negócios que previa a instalação de uma nova unidade de amônia e ureia. Atualmente, é grande a dependência do mercado brasileiro de importações de fertilizantes que usam o nitrogênio como matéria-prima. Segundo o Ministério da Agricultura, a produção doméstica não chega a atender a 30% da demanda, que oscila em torno de 2,4 milhões de toneladas. A Petrobras já conta com unidades produtoras em Bahia e Sergipe. A fábrica de amônia e ureia em Minas Gerais é objeto de discussões desde 2003. Inicialmente, a empreitada caberia à Fosfértil, mas a iniciativa esbarrou no desinteresse da Petrobras em construir o ramal do gasoduto. A empresa contestava o nível de demanda que a obra teria. No começo do ano, Aécio tentou viabilizar a obra oferecendo à Petrobras garantia da compra do gás pela Gasmig, subsidiária da distribuidora de energia elétrica Cemig.(Fonte: Valor Econômico/ César Felício e Claudia Schüffner, de Belo Horizonte e do Rio)



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