Nacionalismo marca a atuação de sindicatos de petroleiros no país

A luta do movimento sindical dos petroleiros no Brasil continua. Nascido sob a campanha pela nacionalização do petróleo nos anos 1950, que resultou na criação da Petrobras, o sindicalismo petroleiro segue empunhando a bandeira pelo controle das reservas e pelo monopólio estatal da exploração. Hoje, os sindicatos de trabalhadores do setor lutam na Justiça para tentar impedir que a ANP realize o leilão do Campo de Libra, na Bacia de Santos, marcado para o dia 21.

Vários acampamentos foram montados em frente a instalações da Petrobras pelo país, inclusive em frente à sede da companhia, no Centro do Rio. Para esta quinta-feira, os sindicalistas organizaram um ato-show contra a realização da licitação de Libra, com a participação de Noca da Portela e Marcelo Yuka, entre outros, reeditando o mote nacionalista com um novo slogan: O petróleo tem que ser nosso. "A presidente Dilma está permitindo a realização de um leilão na área do pré-sal, onde havia jurado não fazer", reclama Francisco Soriano, diretor financeiro do Sindipetro-RJ e veterano do movimento sindical da categoria. "Estão vendendo uma área sem risco, com petróleo já descoberto. Isso é uma traição ao povo e ao país."

Curiosamente, apesar das raízes estatais, o primeiro sindicato do setor foi fundado em 1957, pelos trabalhadores da Refinaria de Manguinhos, uma empresa privada. Nos anos 1960, os petroleiros começaram a sofrer perseguições por parte do governo militar. Naquela época, havia pouca participação dos funcionários de nível superior da Petrobras. Mas a criação da Associação dos Engenheiros da Petrobrás nos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara (Aeperg), começou a mudar esse quadro. Mais tarde transformada em Aepet, a entidade se tornou importante aliada dos sindicalistas.

Nos anos 1980, a categoria participou ativamente da criação da Central Única dos Trabalhadores e organizou com sucesso as primeiras paralisações do setor. "A primeira greve nacional foi em 1983, mas o Rio de Janeiro, principal estado produtor, não participou", diz Emanuel Cancella, diretor-geral do Sindipetro-RJ. ". Em 1988, no governo Sarney, os sindicatos de petroleiros finalmente conseguiram parar a sede da Petrobras.

A luta nacionalista continuou na década seguinte. Primeiro contra o fechamento de algumas subsidiárias da Petrobras durante o governo Collor, o que resultou na criação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), primeira organização sindical de alcance nacional na categoria, em 1993; e depois, contra a quebra do monopólio estatal durante o governo FHC.

O movimento sindical agora lida com a nova realidade de um mercado aberto, que inclui grande contingente de trabalhadores de empresas privadas e de terceirizados da Petrobras. "Não somos contra os terceirizados", afirma Cancella. "O que nós queremos é a 'primeirização', ou seja, a contratação de funcionários por concurso para ocupar essas vagas." Segundo o sindicalista, isso daria mais garantias e segurança aos trabalhadores, e acabaria com a possibilidade de pressões políticas para a ocupação desses postos de trabalho.

Fonte: Valor Econômico/Por Carlos Vasconcellos | Para o Valor, do Rio






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