Orçamento Participativo em Aracruz deixa de fora infraestrutura para receber Jurong

Perplexidade. Esta é a palavra correta para classificar o sentimento dos moradores da microrregião 10 do município de Aracruz, norte do Estado. Em reunião para discutir o orçamento participativo, os representantes dos sete bairros da microrregião foram surpreendidos pelo prefeito do município, Ademar Devéns (PSDB), que desconsiderou o orçamento realizado pela população desde 2005 e afirmou que apenas uma das obras indicadas por cada um dos sete bairros da região poderá ser finalizada.
A informação é do presidente da Associação de Moradores da Barra do Sahy, Vanderi Garcia Lyrio, conhecido na região como “Orinho”. A microrregião 10 abrange, além da Barra do Sahy, os bairros Putiri, Mar Azul, Sauê, Praia dos Padres, Balsa e Coqueiral, que desde 2005 organizam o orçamento para o cumprimento das obras de infraestrutura da região. Entretanto, segundo Orinho, um número mínimo de obras foram finalizadas e, destas, boa parte foi feita com recursos estaduais e federais.
“Não temos infraestrutura. Apenas a região que recebe turistas tem coleta de esgoto. O resto sofre sem esgoto, sem calçamento, e todas as obras que orçamos estão paradas. De acordo com o orçamento, teríamos R$ 6 milhões para as obras do município desde 2005 e o prefeito diz ainda que não terá como concluí-las. Pelo que foi informado, até agora só foram gastos pouco mais que R$ 3 milhões”, desabafou o presidente da Associação de Moradores da Barra do Sahy.
A indignação é ainda maior com a ‘solução’ dada pelo prefeito do município aos moradores de uma das regiões que sofrerá mais impactos – diante da chegada de empreendimentos à região – no município. Na região, onde será construído um estaleiro da Jurong para o reparo naval e a construção de sondas (que atrairá mais de 20 mil trabalhadores à região), o prefeito declarou apenas que “tem que primeiro esperar o empreendimento chegar, o dinheiro entrar, para depois fazer a infraestrutura”.
Neste contexto, a população, segundo informaram os líderes, teria que escolher apenas uma das dezenas de obras propostas por cada um dos bairros das microrregiões para ser realizada.
“Pela proposta do prefeito as comunidades terão que escolher apenas uma obra entre todas as obras propostas e que não foram feitas em anos anteriores”, explicou o ex-líder comunitário da Barra do Sahy, membro diretor Associação das Empresas de Turismo de Aracruz (AETA) e da Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema), Jean Carlo Pedrini.
Para ele, mesmo com todos os empreendimentos previstos para o município e todo alarde da imprensa sobre o desenvolvimento da região, o que se vê é o completo descaso das autoridades, principalmente no que diz respeito à infraestrutura que deveria dar suporte às comunidades.
Segundo os líderes, o orçamento participativo se mostrou na região um forte instrumento de propaganda política, acompanhado de outdoors, publicidade em rádio e muitas promessas.
“A reunião é tão manipulada que os líderes perguntam e eles enrolam, mas vemos que nunca temos a resposta”, disse Ourinho.
As lideranças afirmam que, diante do descaso, são contra a chegada de empreendimentos e informaram que entrarão na Justiça para impedir que empreendimentos cheguem à região antes que haja infraestrutura para recebê-los.

Fonte: Século Diário/Flavia Bernardes



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