Petrobras prevê receber hoje propostas para navios-sonda

SÃO PAULO - A Petrobras aguarda hoje propostas para a encomenda de 28 navios-sonda destinados à perfuração dos poços de petróleo do pré-sal entre 2010 e 2018, em mais um capítulo da concorrência que agitou os bastidores da indústria naval brasileira nos últimos meses. A ansiedade do setor se justifica: cada unidade pode custar até US$ 1 bilhão, tornando esta uma das maiores licitações da história da companhia. Mais da metade da tecnologia dos equipamentos deverá ser nacional (a partir de 55%), e eles terão de ser produzidos no País. Como esta será a primeira vez que os estaleiros brasileiros se envolverão na construção de navios-sonda desse porte (para águas ultraprofundas), a parceria com empresas estrangeiras pode ser inevitável e necessária para a elaboração das propostas, no sentido de essas empresas trazerem parte do know-how tecnológico. Na área financeira, a Petrobras cogita facilitar o acesso a crédito dos fornecedores nacionais que vão compor a cadeia produtiva das sondas de perfuração.
"A grande expectativa do setor é saber quem serão estes parceiros de fora, uma vez que os grandes estaleiros aqui têm, sim, a intenção de conseguir uma fatia desse bolo", contou uma fonte do setor, ao mencionar que será provável a participação de empresas como o estaleiro Ilha S.A. (Eisa), do Rio de Janeiro, do Estaleiro Atlântico Sul, localizado em Pernambuco, e quem sabe até da OSX Brasil, do grupo de Eike Batista, programada para entrar em operação somente em 2011.
O DCI procurou todas as empresas mencionadas pelo especialista, sendo que o mercado literalmente pisou em ovos nos comentários a respeito da licitação dos navios-sonda. Um dos executivos ouvidos, ligado ao carioca Eisa, estaleiro controlado pelo Synergy Group, revelou que a proposta da empresa estava preparada para a entrega, e que na noite de ontem seria apresentada aos acionistas, que decidiriam apresentá-la ou não à Petrobras no dia de hoje.
A OSX Brasil, que recentemente fechou um acordo com a sul-coreana Hyundai Heavy Industries (HHI), uma das maiores fabricantes mundiais de navios, respondeu à reportagem que "foi constituída para suprir a demanda da indústria brasileira de petróleo e gás, tendo interesse em participar das licitações que surgirem no mercado as quais representarem oportunidades de negócio compatíveis com seu plano de negócios", sem referir-se especificamente ao processo de licitação dos 28 navios-sonda.
A assessoria do Estaleiro Atlântico Sul, empresa criada há menos de cinco anos e que tem como sócios os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, além de outra sul-coreana de peso no setor naval internacional, a Samsung Heavy Industries (SHI), não atendeu a reportagem por estar em reunião fechada, o que, de acordo com a fonte ouvida, indica um forte sinal de participação na concorrência da Petrobras.
Outro especialista confiante em que a indústria nacional tem capacidade para desenvolver os projetos por aqui, Ariovaldo Rocha, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sindaval), reafirmou: "Os estaleiros brasileiros estão preparados para produzir navios-sonda", disse, referindo-se aos equipamentos necessários à nova fase do Brasil na produção de petróleo nas camadas mais profundas do subsolo marinho.
Interesse declarado
Além das companhias citadas anteriormente, outras empresas que abertamente declararam estar interessadas no processo; a Engevix Engenharia, que está envolvida na obra do Estaleiro do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, preferiu não se manifestar sobre a concorrência ontem, dia em que as empresas se voltaram ao preparo para o início do processo desta licitação, que pode não ter um desfecho este ano.
O ministro das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou ontem ser "difícil" uma rodada de licitação de áreas do pré-sal para exploração de petróleo e gás natural este ano. Ele comentou que a expectativa do ministério é de que o novo marco regulatório do petróleo seja aprovado em meados deste ano, e disse que preferia não comentar as possíveis especulações de rodadas de exploração antes da aprovação das novas regras.

Fonte: DCI/Fabíola Binas / Rita Gallo

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