Petróleo: sonho virou realidade

Apesar de muita gente dizer que a indústria de petróleo, no Espírito Santo, se parecer ainda com "cabeça de bacalhau" - todo mundo sabe que existe mas ninguém consegue ver - ela já é realidade para a economia capixaba. Nos últimos cinco anos, o volume, em dinheiro, do que a Petrobras comprou de fornecedores do Estado, cresceu 183%, passando de R$ 1,2 bilhão em 2005 para R$ 3,4 bilhões em 2009. Para este ano, a previsão é de que a estatal gaste aqui R$ 3,8 bilhões.
Só este dado já mostra claramente a participação da indústria capixaba, principalmente a do setor metalmecânico que, além de bens e equipamentos, vem fornecendo também serviços. Empresas como Columbia Tecnologia, União Engenharia, Imetame, Tereme, Itamil, entre outras, fornecem materiais, equipamentos complexos, mas também serviços.
A Columbia Tecnologia, segundo seu diretor presidente, Marcos Pegoretti, venceu sua primeira licitação internacional, promovida pela Petrobras. Na disputa com grandes fornecedores internacionais, ganhou o dirreito de fornecer um tipo de tubo especial e específico para fazer a recirculação de água nos poços do campo de Albacora, na Bacia de Campos.
"Como a água tem um teor corrosivo muito grande precisamos de buscar um produto nos Estados Unidos e, ainda, desenvolver estudos junto com pesquisadores do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) para chegar a um tubo que atenda exatamente o que a empresa precisa. Mas, chegamos lá. A partir de agosto do próximo ano começaremos a fornecer estes tubos", explica Pegoretti.
Porto
Para o secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Félix, é preciso considerar que as descobertas agora não são mais só da Petrobras. Anadarko, Chevron, Devon e Shell já estão no litoral do Estado, mas há outras que ainda fazem pesquisas.
"Sabemos que o Porto de Vitória já está sendo usado para dar apoio a estas embarcações que levam suprimentos para plataformas exatamente porque não temos porto específico e suficiente para atender a toda a demanda".
As obras programadas para os próximos meses e anos demandarão bens, serviços e materiais das empresas locais. A oportunidade, acredita Márcio Félix, deve ser aproveitada, tanto em relação à Petrobras quanto às outras grandes empresas do setor.
Marcos fez tubo personalizado para a Petrobras
Depois de vencer a primeira licitação internacional promovida pela Petrobras, a Columbia Tecnologia, empresa instalada no Civit, com filial em Fundão, se prepara para fornecer tubos para o campo de Albacora, na Bacia de Campos. A empresa dirigida por Marcos Pegoretti começou fabricando peças para o setor metalmecânico. Hoje fabrica, com exclusividade, um tubo próprio para fazer a injeção de vapor em campos de petróleo. O vapor é injetado por dois ou até três meses por um tubo, depois este é substituído por outro que faz a extração do óleo pesado que foi "amolecido) pelo vapor injetado. A Columbia, que tinha uma unidade no Civit e em Fundão, agora tem duas plantas no Norte e quatro na Serra. "Nossos planos são de continuar crescendo e investindo no Estado", diz. A empresajá começa a manter contato com outras como a Jurong, que vai implantar um estaleiro em Aracruz e Mendes Júnior, que já atua em Barra do Riacho.
Investimentos até 2014 serão de R$ 40 bilhões
Considerando o que será investido no desenvolvimento da produção, nos gastos operacionais e o que será repassados em termos de royalties, serão aplicados no Espírito Santo, até 2014, R$ 40 bilhões somente no setor de petróleo, sem considerar as companhias estrangeiras. Este volume de dinheiro pode dar uma dimensão do que o segmento de energia vai receber nos próximos anos. Enquanto que de 2005 a 2009 a Petrobras investiu um total de R$ 15,8 bilhões no Estado, os recursos aplicados aqui no período de 2000 a 2004 foram de R$ 2,85 bilhões. Fornecedores de serviços do Estado já estão qualificados para vencer licitações onde entram grandes empresas na disputa. Este foi o caso da construção de estações de compressão de gás, ao longo do gasoduto que liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro e à Bahia. A empresa União Engenharia é responsável pela construção das estações.
Salvador vai fazer a primeira base de petróleo
A União Engenharia, empresa da qual Salvador Turco é o diretor-geral, já tinha atuação no setor metalmecânico e vinha prestando serviços para setor de mineração, siderurgia e celulose. Chegar no segmento de petróleo e gás foi um pouco mais difícil, admite Salvador Turco, mas está sendo compensador. A primeira joint venture com uma empresa dos Estados Unidos permitiu, agora, concretizar o fornecimento de tubos e equipamentos para a Petrobras iniciar a produção de petróleo no campo de Tupi, onde está a maior reserva descoberta, até agora, na camada de pré-sal. Na semana passada, a União definiu mais uma parceria, com outra empresa norte-americana, a Edson Chouest Offshore, para a instalação de uma base de apoio logístico para plataformas de petróleo. Com investimento de R$ 300 milhões, as duas empresas querem montar uma base para atender as Bacias de Campos e Espírito Santo.

Fonte: A Gazeta Vitória (ES)/Denise Zandonadi

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